Teve uma coisa que fiz nesta semana de moda, muito mais do que fiz na outras, que foi observar. Observar para valer, cada movimento, cada grupo de pessoas que andavam pra lá e pra cá, cada risada, cada ação, cada "com licença". Às vezes estamos tão absortas no trabalho e na socialização que as pequenas coisas passam super batido.
Pois foram as pequenas coisas que me fizeram, por exemplo, dar atenção a um cara que eu nem tinha ideia de quem era, até descobrir que era um dos top barbeadores do momento.
Reparar nas pequenas coisas me fez ver, também, como existem pessoas que estampam coisas que não são – e nem estou me aprofundando aqui em caráter ou em algo mais intrínseco. Em questão de estilo, mesmo. Só de observar uma pessoa, dá para saber se o que ela veste condiz com seu estilo real ou não.
Dá para saber quando alguém está encarnando um personagem, só para aquele momento, dá para saber quando a pessoa está confortável na própria pele – e estas são as mais atraentes. Aquelas que transbordam insegurança, seja por timidez, seja por não ter certeza do que veste ou como veste, se destacam na multidão [em um sentido que não é bom]. E são muitas.
Ninguém nasce sabendo, então, é normal que em algum momento passemos por essa fase. Aquela fase em que a gente copia alguém que admiramos sem nem ponderar se o estilo daquela pessoa tem a ver com o nosso – e o resultado disso é uma figura estranha. Também passamos pela fase em que olhamos um editorial de moda, em uma revista, e achamos que podemos copiá-lo na vida real, só porque queremos, desesperadamente, parecer atualizadas, modernas. Leva um tempo até absorvermos, de verdade, o que nos cabe bem, o que não, com o que nos identificamos e o que traduz, de fato, nossa personalidade.
Eu, por exemplo, só compro uma peça de roupa – hoje – quando me imagino me encaixando nela, como uma luva. Ou melhor: quando sinto que ela encaixa em mim, foi feita para mim. Sabe como? Porque a real é essa: a roupa precisa ser para você e não você para roupa. E no SPFW, uma coisa que vejo muito, são pessoas que tentam se encaixar na roupa. Pessoas tentando ser ideais para a roupa e não o contrário. Não tem graça, não tem sabor, não tem atração. Parem de olhar para o lado para descobrir o que você precisa vestir. Olhe para você mesma, descubra o que você quer, do que precisa, o que vai te valorizar.
Por mais personalidades e menos cópias! Obrigada.
por Marcéli Paulino