Muitos torcedores que levantavam a bandeira do "brasileiro com muito orgulho" a queimaram na mesma hora em que o time passou a levar gols do time adversário, um atrás do outro. Eu não sou técnica de futebol e nem entendo profundamente do assunto para discutir aqui o que deu certo ou errado em nivel de tática do esporte, portanto, minha intenção aqui é apenas questionar a reação destes torcedores que se diziam tão apaixonados pelo time e, mais, pelo próprio país.
PATRIOTISMO CONVENIENTE
Que o país está cheio de problemas, todo mundo sabe – e já sabia muito antes da Copa começar. A revolta que alguns estão sentindo mediante a perda da taça não pode ser baseada nos outros problemas pelos quais passamos. Esporte é uma coisa, política é outra. Tem tanta gente escrevendo uma avalanche de bobagens na internet, como "agora que o Brasil perdeu temos uma chance de melhorar a politica". E desde quando não tivemos? Todo mundo é livre para votar e não votar em quem quiser, independente dos eventos que ocorrem ao nosso redor. Está na hora de ser gente grande pra valer e assumir que o momento de diversão pode existir e ser aproveitado, só não deve nos alienar para as responsabilidades – e, caso isto aconteça, a culpa é somente sua.
Fora isso, crucificar nossos jogadores pela partida ruim também não vai fazer com que o tempo volte e tenhamos uma nova chance de ganhar esta Copa. Eles fizeram a parte deles; infelizmente não foi desta vez, mas nossa obrigação como "patriotas" que julgamos ser é dar apoio e encarar os fatos sem nos rebelar de maneira tão irracional. Xingar faz parte do calor do momento, mas que não percamos a compostura: eles também são humanos e também erram, assim como nós.
Se amamos alguém, devemos saber amar nas horas boas e nas ruins, não é isso que dizem? Ao menos é nisto que acredito. É muito fácil vibrar e cantar de felicidade enquanto o time está ganhando; mas o verdadeiro torcedor, aquele que não é FAKE, vai se erguer, dar apoio e tentar resolver os problemas, quando eles surgirem. Ele até pode chorar e xingar, mas jamais vai deixar de amar e de agradecer à tentativa. Rasgar a camisa, xingar o país, os jogadores e o técnico só mostra o quanto ainda somos uma criança, um "bebê gigante", que, quando perde, passa a chutar todos os brinquedos pra longe dizendo que não quer mais brincar. Isto é o que eu chamo de patriotismo conveniente.
Vamos crescer e aprender a perder.
por Marcéli Paulino
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Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…