O problema é que, ao conhecer uma nova pessoa, o ser humano tem a ilusão de que ela será supostamente como o seu ídolo de infância: sem defeito algum. E a valoriza gratuitamente, a coloca em um patamar que simplesmente não existe, cria expectativas fora da realidade – que, muitas vezes, fazem com que ele desvalorize alguém que já está ao lado dele (aí está um dos motivos para haver tanta traição por aí). Sabe qual vai ser o resultado disso? Eu te conto: frustração na certa.
-> LEIA MAIS: O que sua foto de perfil da rede social diz sobre você? Descubra!
Aí o tempo vai passando e ela vai vendo que ninguém está à altura de suprir suas expectativas; ela vai se tornando amarga, infeliz, se fecha para o mundo e levanta a velha bandeira do "ninguém presta". É claro que existem algumas pessoas piores do que outras – e existe também aquilo que você julga tolerável. Mas, infelizmente, a moral desta historinha, é que a grande culpada por se decepcionar tanto é a própria garota recém-solteira. Sabe por quê? Porque ela depositou expectativas demais. Ninguém nesse mundo é obrigado a superar nossas expectativas, até porque eles nem sabem quais são. Todos nós temos mil defeios e deformidades psicológicas e, todo mundo (sim, generalizando) vai decepcionar alguém um dia. Faz parte do (con)viver.
Óbvio que não devemos nos tornar amargos eternos por isso; devemos sim ser otimistas, mas não podemos deixar os pés saírem do chão, valorizando gratuitamente alguém que mal se conhece. Por que tanta gente se decepciona tanto por aí? Porque as pessoas estão cada vez mais aceleradas, deixando que os outros entrem em suas vidas sem mais nem menos, abrindo a guarda ansiosamente, sem parar pra dar um tempo e se conhecerem melhor. Ninguém quer conhecer; todo mundo já quer vivenciar enlouquecidamente, se jogar de cabeça sem medir as consequências. Pensam, em suas mentalidades infantis, que relacionamentos se constroem da noite para o dia.
"Puxa, 7 anos namorando? Não acredito!". É claro que você não acredita, porque um relacionamento de seis meses, hoje em dia, é considerado longo. Eu já tive esse pensamento, infelizmente. Contudo, hoje, posso dizer que minha mentalidade amadureceu muito, e até chego a pensar que 7 anos não são nada se pararmos para analisar que se leva muito, mas muito tempo mesmo, para conhecer alguém de fato, se adaptar a essa pessoa e aprender a conviver com o "pacote" todo. Sim, porque você deve saber que relacionamento não se resume só a partes boas, não é? A parte ruim vem junto… Aquele "gatíssimo" que você viu na balada e está doida para ficar solta pum, fala palavrão, aperta a bisnaga do creme dental pelo meio, come carne de porco e torce para o time de futebol que seu pai mais odeia. E aquela gostosona pela qual você sentiu o maior tesão odeia cigarro, é chorona (daquelas que se ofendem por qualquer coisa), gosta de assistir a filmes romântico-depressivos e vai te acordar de madrugada com o celular tocando, falando que não conseguiu dormir porque teve pesadelos.
Brincadeiras à parte, a grande questão aqui é: até que ponto seu amor permite que você aceite os defeitos do outro? Todo mundo tem valores e partes ruins, isto é um fato; basta você ter certeza do que quer e saber que aquela(e) é quem você ama e com quem quer ficar. Que é ele(a) e somente ele(a) que você quer ao lado pelo resto de sua vida, com quem quer dividir os problemas, as alegrias… Esqueça essa ilusão infantil de príncipe ou princesa encantados: o príncipe encantado existe na pessoa que você aceitar como perfeita para você. Pode parecer clichê, mas os dizeres que você ouve em todo casamento – "na saúde, na doença, na alegria, na tristeza (…)" – são seríssimos e marcam um compromisso não só de amor, mas de humanidade para com o outro.
Falhas sempre ocorrerão, e é aí que entra a tolerância. Se até entre familiares rolam brigas e vontade de esganar um ao outro, imagine entre duas pessoas que não nasceram na mesma família, foram criadas com costumes diferentes, pontos de vista diferentes, levando vidas diferentes. É complicado pra caramba, ninguém disse que é fácil. Por isso tem tanta gente morrendo de medo de relacionamento por aí. Mas, se você quer a maravilha de amar e de estar com alguém, é bom estar preparado para os problemas que a situação acarreta – assim como estar solteiro(a) também traz os dois lados da moeda e assim como todos os outros segmentos da vida. Seja adulto(a) e aprenda a encarar.
Imagens: Tumblr (reprodução).
E não queira exigir perfeição do outro se não existe perfeição nem em você mesma(o). Não supervalorize quem você mal conhece, achando que essa pessoa sim, será tudo o que você procura: não existe "tudo". Pise com calma nos terrenos desconhecidos, com o máximo de cautela possível, e abra espaço à medida em que você achar que vale a pena. Se decepcionar faz parte do pacote sim, mas, caso isso aconteça, você terá em mente que tomou todo o cuidado possível e que foi algo realmente inevitável – e não que você deu chance de sobra para isto acontecer. Aquela velha história do: "fiz minha parte, deu m$rd@, paciência".
por Marcéli Paulino
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…