Morte de Clô Orozco representa alerta para a indústria da moda brasileira

Dona das marcas Huis Clos e Maria Garcia, a estilista Clotilde Maria Orozco – mais conhecida como Clô Orozco -, faleceu aos 60 anos na manhã da última quinta-feira (28). Seu corpo foi encontrado em frente ao prédio onde morava, no bairro de Higienópolis, em São Paulo.

Acredita-se que ela vinha sofrendo de um grave quadro depressivo e que, possivelmente, tenha cometido suicídio. Amigos e colegas do mundo da moda estiveram no local acompanhando o resultado da perícia, que ainda não foi divulgado. Reconhecida por seu talento, elegância e delicadeza, a designer passava por uma crise em seus negócios, o que a impediu de participar das últimas semanas de moda.
 

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Tornando-se um dos nomes mais importantes da moda brasileira, Clô fundou a marca Huis Clos em 1977 após cursar sociologia, política e teatro. A grife foi batizada com este nome em referência à peça escrita em 1944 pelo filósofo francês Jean Paul Sartre. Depois de levar sua vasta bagagem cultural para as primeiras peças de coleção, estas confeccionadas no ateliê de sua tia na Rua Augusta, a grife começou a acumular fãs por sua moda feminina intelectualizada.

Em 1980, a Huis Clos tornou-se uma das etiquetas do Núcleo Paulista de Moda ao lado de marcas como Zoomp, Armazém e Gloria Coelho.

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Imagens de três looks da grife Huis Clos, na passarela do SPFW: verão 2012, inverno 2012 e inverno 2011 [fotos: Marcio Madeira]


Em 2007, ano em que a marca completou 30 anos, Huis Clos passou por transformações importantes: Sara Kawasaki, então com 28 anos, passou a ser responsável pela criação das coleções. Já Clô se manteve na direção-geral da grife e passou a se concentrar mais na gestão dos negócios, de maneira administrativa.

Assumindo as coleções da Maria Garcia em 2011, Clô dedicou-se a uma moda mais jovial. A grife em questão completou 10 anos recentemente e, com o trágico acontecimento, precisará se reposicionar no mercado. A morte de Clô Orozco representou uma grande perda e marco para a indústria da moda brasileira de forma geral, que se apresenta extremamente vulnerável, "brilha, mas não vende". Que os empresários atentem e se organizem para um futuro deste segmento, que pode trazer muitas dificuldades pela frente.

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