Sobre divergências políticas, preconceito, hipocrisia e tolerância

Se o assunto já está "batido" para você, sugiro que aperte o botão Voltar do seu navegador e vá procurar outra matéria para ler. O fato é que não dá para simplesmente ignorar nossa atual situação econômica, política e sim, principalmente, social. E é disto que a matéria de hoje trata.

Deveria ser de conhecimento de todos que a liberdade de expressão (ainda) existe e deve ser utilizada, de preferência, para fazer críticas construtivas. Acontece que assuntos de âmbito polêmico, como futebol, religião e política normalmente levam as pessoas ao calor de uma discussão séria e as consequências que tenho visto por aí são graves, como o preconceito, para citar a pior.

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Em primeiro lugar, seja de qual lado da discussão você esteja, todos precisam colocar dentro de suas respectivas cabeças que não existe certo ou errado. Não existe essa palhaçada de "bonzinho" e "malvado", o "mocinho vence o bandido" e por aí vai. Em se tratando de política, meus amigos, posso garantir que existe bandidagem por todos os lados. Mesmo sendo uma quase leiga no assunto. Aliás, em qualquer situação que envolva interesses financeiros fatalmente haverá corrupção e manipulação ligados ao contexto.

As pessoas estão se mostrando verdadeiras fanáticas por suas próprias opiniões e, não bastando expressá-las de maneira completamente desrespeitosa, querem impô-las ao outro. Paciência se você torce para o time X e seu amigo para o Y; claro que política é algo bem mais complexo que futebol e leva uma proporção muito maior e mais importante, mas este é apenas um exemplo banal sobre como deveria ser o pensamento esmagador, na teoria. Os brasileiros estão mostrando que não sabem nada sobre respeito ao próximo e nem sobre democracia, conceitos básicos de civilização que deveriam ser premissas em suas ações há muito tempo. Estamos em 2014, sabiam?

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O OUTRO LADO DA MOEDA
Por outro lado, é claro que não dá para ter autocontrole 100% do tempo, afinal, somos humanos de carne, osso, mil defeitos e com sangue nas veias; sendo assim, o impulso, por vezes, fala mais alto. E – por quê não – temos o direito sim de nos indignar. Vai me dizer que você não solta um palavrão bem alto quando dá aquela topada no dedo mindinho na quina do móvel da sala? Ou que quando seu time perde, você não quer xingar o juíz, a mãe dele, o pai e todos os seus ancestrais?


Vai me dizer, também, que se alguém te dá aquela fechada no trânsito, por pouco não provocando um acidente, você não tem vontade de mandar o respectivo motorista para bem longe? Que quando você flagrou sua melhor amiga com seu namorado, você não queria assar os dois vivos? Estas não são justificativas para agressão verbal e nem apologia à violência; são, apenas, exemplos claros do cotidiano que nos fazem humanos. Paciência todos temos, autocontrole também, mas nem sempre é possível colocá-lo em prática com plenitude, principalmente, na forma verbal. Se o seu candidato não ganhou, é compreensível que você xingue e mande tudo para aquele lugar no calor do momento, mas NÃO é compreensível que você passe a fazer discursos de ódio, disseminando o preconceito com regiões W ou Z pelo fato ocorrido. Aí é que está a diferença.

EVITE DAR MUNIÇÕES PARA QUE TE ATAQUEM
Meu ponto é: se irritou? Desabafe, de preferência dentro de casa, com sua mãe, seu pai, seu irmão, pessoas do seu convívio que vão entender o calor do momento e vão te 'perdoar', por assim dizer, se você falar alguma asneira. Não use a rede social para propagar esse ódio momentâneo; além de se expôr, você provavelmente irá se arrepender depois, dependendo do grau de ódio disseminado. Ninguém é obrigado a falar coisas lindas o tempo todo e a desejar a paz mundial, como se fosse uma candidata ao concurso de Miss Mundo, mas evite mostrar o seu lado 'humano' aos que não te conhecem direito e só estão à espreita aguardando um momento de fraqueza sua para te atacar. Dá pra entender o raciocínio? Por mais que queiramos ser transparentes, algumas pessoas preferem manter a imagem hipócrita de "pessoa perfeita que vive no mundinho cor-de-rosa". Fazer o quê?!

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Imagens: reprodução.

E se você, ao contrário de quem está desabafando, ler algo 'errado' ou que julgar exagero, dê seu toque, mas não hostilize o indivíduo que supostamente perdeu a cabeça. Vamos deixar um pouco a hipocrisia de lado e lembrar que todos erramos, todos algum dia já estivemos de cabeça quente e falamos besteiras, e todos, ao menos uma vez na vida, já cometemos algum tipo de preconceito.

Combater o preconceito, por exemplo, com violência, mesmo que seja verbal, também não é a solução; é apenas justificar um erro com outro. Vamos praticar a tolerância não só mediante situações que nos contrariam, mas também mediante pessoas que falharam ao controlar seu impulso. A famosa arte do "pague o errado com o certo", ou como queiram nomear. Um erro não torna um indivíduo completamente vilão. 

por Marcéli Paulino

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