Já fiz tantos posts sobre relacionamento aqui mas, a cada vez que paro para escrever novamente sobre o assunto, me dá um frio na barriga. Como é difícil falar de sentimentos, né!? Ao menos para mim. Mas eu sempre acabo falando.
Porque, em primeiro lugar, para falar sobre sentimentos é preciso sentir. Dificilmente você saberá expressar tão bem uma dor, por exemplo, se não a tiver sentido. Da mesma forma você não vai saber explicar como é estar apaixonado(a), se nunca se apaixonou.
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E falando em paixões… Estes dias eu andei pensando e cheguei a me perguntar: será que existe um gostar de verdade? E, se existe, como será que a gente sabe que esse gostar é realmente válido? Quer dizer, como a gente sabe que gosta mesmo e que não é algo 'fake', 'passageiro'?
Foi aí que me lembrei de uma célebre frase de Carlos Drummond de Andrade, a qual relacionei diretamente com este assunto – e já explico como. "Ser feliz sem motivos é a mais autêntica forma de felicidade".
Eu não sei vocês, mas eu já gostei do meu melhor amigo, na época da escola, porque simplesmente ele me fazia rir muito. Ele era meu companheiro, para quem eu contava todas as minhas confidências, ele tirava onda das pessoas comigo, fazíamos caricaturas dos professores juntos. Mas este gostar, que na época eu achava que poderia ser um gostar 'a mais', era apenas um carinho imenso de amizade pelas coisas boas que fazíamos juntos, pelo companheirismo e, querendo ou não, pela convivência.
Eu já gostei do cara mais gato da escola, simplesmente porque era gato – e nem sabia que pessoa ele era (adolescentes são burras, fazer o que!). Já gostei de cara que curtia o mesmo estilo musical que eu, pensando que este seria minha alma gêmea – e, depois, descobri que um relacionamento precisa de uma base muito mais sólida que apenas gostos musicais iguais.
Enfim, situações ridículas à parte, a moral da história para mim é que gostamos simplesmente quando não existe motivos [aparentes] para tal. Assim mesmo, como Drummond definiu a felicidade. Pra mim, gostar sem motivo é a forma mais autêntica de gostar de alguém.
Mais ou menos assim: você conhece alguém e simplesmente não espera nada da pessoa. Vocês se aproximam casualmente, trocam umas ideias e, de repente, estão mais próximos naturalmente. Vocês percebem o quanto têm em comum e, ao mesmo tempo, como as diferenças também complementam vocês. Percebem que naturalmente se respeitam, curtem a companhia um do outro, e chega a ser estranho parar e pensar como seria se agora vocês não se conhecessem. Você não quer imaginar isso, porque já se conhecem – ainda bem! E você pretende que esse contato não acabe.
Imagens: Tumblr.
Ou seja: você não gosta do outro pela conta bancária, você não gosta pela beleza, você não gosta porque ele ou ela faz tudo o que você quer. Você nem sabe direito dizer por que gosta – sabe como é? Você simplesmente gosta. E curte gostar. De uma maneira livre, espontânea, que não pressiona, não cobra, não faz mal.
Eu acho que é isso. E vocês, têm algum palpite sobre o que seja um real gostar?
por Marcéli Paulino.
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…