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Tendo isto dito, vamos lá: quando se trata de relacionamento, a abdicação é um ingrediente fundamental para que o casal conviva em harmonia. Ou seja: em algum momento você vai deixar de, por exemplo, ver sua série favorita na televisão para acompanhar seu namorado na festa de final de ano do trabalho dele. Em algum momento, ele também vai deixar de sair para beber com os amigos para viajar com você para visitar sua família.
Mas isto não são coisas que devem ser impostas. Eu já falei isso em outro post, mas reforço, porque é muito importante que isto fique claro. Nada deve ser colocado como uma regra – são atitudes que simplesmente brotam quando existe sentimento. Você OPTA por fazer escolhas como estas por espontânea vontade. E você não usa isso como "arma" para jogar na cara do outro quando uma briga vem à tona – e, caso isto aconteça, significa que sua atitude não foi de coração e, sim, por interesse, esperando algo em troca.
Mas até que ponto abdicar de algo em razão do outro é saudável? Não existe um termômetro, pois cada um sabe o seu "limite", digamos assim. Mas, se eu tivesse que classificar, eu diria que este limite chegou no momento em que você se violenta em razão de expectativas vagas.
Exemplo simples: você quer muito conversar um pouco com seu amor antes de dormir, mas ele ou ela, por alguma razão, está ocupado(a) e não pode falar com você no momento. Acrescente isto ao fato de que você precisar dormir cedo, porque acordará cedo e terá um longo dia pela frente, o que significa que não dá tempo de esperar. Deixar de dormir o tanto de que você precisa para falar com ele ou ela, neste caso, é se violentar. Porque você está prejudicando seu sono e, consequentemente, sua saúde, para fazer uma coisa que você poderá fazer depois. Além do mais, se ele ou ela sabe que você precisa acordar cedo, e realmente ama você, irá entender sua necessidade e sua prioridade naquele momento.
Este exemplo acima é bem claro sobre o que eu acho que é saudável abdicar. Amar sem esperar nada em troca é super importante, porém, ficar "a postos" em função da outra pessoa em situações que você deveria priorizar suas necessidades próprias é trouxice.
E ninguém que ama de verdade quer ver o outro se prejudicar assim, de graça. Se você acha que seu namorado ou namorada/crush/o que quer que seja é o tipo de pessoa que te obrigaria a fazer algo deste tipo (como dormir tarde só para esperar para falar), pode ter certeza que o que ele ou ela sente não é amor. É posse.
Uma coisa é se revoltar mediante falta de respeito, algo que é bem diferente. Digamos que, hipoteticamente, a história de dormir cedo fosse uma mentira e a pessoa só quisesse falar com você logo para poder sair escondido, sei lá (infelizmente acontece). Neste caso, eu, no lugar da pessoa enganada, simplesmente me afastaria. Afinal, que relação boa se constrói à base de mentira? Nenhuma.
Outra coisa que acontece muito, que já aconteceu comigo e que é um conselho fundamental: essa história de reclamar que "não me ligou", "não mandou mensagem", etc, em qualquer circunstância. Eu sei que irrita DEMAIS criar expectativa de que a pessoa vai falar com você e ela não fala, é verdade. Mas e aí? Você vai brigar com a pessoa porque ela não quis falar com você? É uma escolha dela, oras. Seja forte e supere. Além do mais, quem criou a expectativa foi você – e as pessoas não são obrigadas a agir da forma como a gente quer, no momento em que a gente quer.
Imagens: Tumblr [reprodução].
Se ela ou ele pegou no celular ao longo do dia todo e não teve vontade de falar com você, não é sua atitude em ir brigar que vai mudar isso. Eu, inclusive, acho humilhante ir atrás pedir para que a pessoa me ligue. Pedir por atenção, sabendo que não estou sendo lembrada. Nenhum ser humano deveria fazer isso. Amar de graça é uma coisa, implorar por atenção é outra totalmente diferente. Não quer falar comigo? Tudo bem, fique livre para fazer o que quiser. Mas saiba, também, que eu não estarei aqui de prontidão esperando sua boa vontade. Outro bom exemplo de trouxice, este.
Abdicação demais por uma das partes acaba levando ao comodismo da outra parte. Se uma pessoa do casal está se esforçando "além da conta", fatalmente o outro vai se acomodar. E nem é por mal. É porque é muito fácil ter a pessoa ali, fazendo tudo pelos dois o tempo todo. A gente relaxa, mesmo. É parecido como quando sua mãe resolve limpar seu quarto enquanto você assiste a um filme – e pensa "depois eu limpo". Ela já foi lá e fez, não precisei fazer esforço algum. Entende o que quero dizer?
Moral deste longo post: não se prejudique em razão de expectativas vagas e deixe o outro livre. É impossível fugir de clichês às vezes, então, aqui vai mais um: a liberdade é o melhor termômetro para saber se alguém se importa realmente com você. Nada melhor que saber que a outra pessoa te procura por livre e espontânea vontade e não por pressão.
Beijos e boa semana,
Marcéli Paulino.
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…