Eu nunca fui uma pessoa que sabe disfarçar o que sente e o que pensa. E eu juro que, até hoje, não consegui chegar a uma conclusão sobre se acho isso bom ou ruim.
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Então, quem me conhece, mas quem me conhece MESMO, sabe até pelo meu "oi" se estou bem ou não. E, ao contrário do que alguns pensam, eu não faço isso por mal, porque eu quero "confete", porque quero chamar atenção ou qualquer coisa semelhante a estes julgamentos toscos. Eu faço sem nem ao menos perceber. É simplesmente algo que vem de dentro para fora.
Ou seja: eu não forço o riso sem vontade, eu não elogio se eu não gostei, eu não saio se eu não estou afim – eu não sou muito, também, de fazer o social. E é neste ponto que quero chegar com o título do meu post.
Principalmente na área em que trabalho, fazer o social é essencial – infelizmente. O que significa que eu tenho que saber sorrir, mesmo estando puta da vida, tenho que abraçar e beijar pessoas que nem gosto ou que mal conheço, como se fossem minhas "bextys" e coisas do gênero. E isso me sufoca.
Aí eu fico pensando: até que ponto é legal ser assim como eu sou, transparente? Mandar à merda ou ignorar quem a gente não gosta é libertador, não posso negar isso em nenhum momento. Mas, profissionalmente falando, isto não é nada bom. Não podemos mandar à merda pessoas do nosso convívio de trabalho, isso é óbvio. E sem certo treino, a gente não consegue querer deixar de mandar à merda em nenhum segmento da vida. Digo por experiência própria.
Só que nós, seres humanos, normalmente não conseguimos separar as coisas. Vou exemplificar comigo mesma: eu sou 8 ou 80. Se eu tiver que esconder algo, eu vou esconder como um todo e não separar os 'segmentos'. Tipo: no trabalho escondo, na vida pessoal eu demonstro. Não dá. À menos que eu tivesse dupla personalidade, eu acredito que não seja possível separar as coisas. Bom, eu não consigo. Talvez eu tenha algum outro tipo de distúrbio psicológico do qual não saiba.
Imagens: Tumblr [reprodução].
E, para falar a verdade, às vezes eu até acho que na vida pessoal a gente precisa esconder um pouco o que sente, também. A verdade é que ninguém está disposto a ouvir tudo o que você tem a dizer o tempo todo – com exceção da minha mãe, eu acho. Eu aprendi isso quando fui pra Londres e fiquei 3 meses sozinha e, ao retornar, continuei constatando isso. Acredito, até, que já tenha percebido isso outras vezes, antes da viagem, mas a gente fica na negação até que a vida esfrega os fatos na nossa cara de uma maneira irreversível.
Não importa o quanto uma pessoa te ame ou seja sua amiga – os interesses próprios sempre vêm em primeiro lugar, é assim com todo mundo. Então pra quê ficar se expondo? Eu confesso que tenho treinado – nem sempre com sucesso – disfarçar ao máximo o que sinto. Sorrio, às vezes, sem vontade; falo que está tudo bem, mesmo estando na merda; e coisas do tipo. Não é bom, eu não me sinto bem fazendo isso, me sinto bastante sufocada. Mas só assim eu consigo ser sociável. E, pra falar a verdade, eu tenho a mim mesma para desabafar, quando estou sozinha. E eu sou uma boa ouvinte.
E eu creio que, se existe um caminho pra gente se "sufocar" um pouco, ao invés de abrir para o mundo a todo o momento como nos sentimos, este é o jeito. Aprenda a ser um bom ouvinte para si mesmo, tente resolver suas próprias questões. Não dependa sempre dos outros para desabafar e se sentir melhor, porque isso fará com que se decepcione.
Beijos sinceros,
Marcéli Paulino.
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…