Iguatemi Talks Fashion traz bate papos relevantes para a área da Moda, da Imagem e do Estilo

Evento reuniu nomes de peso da Moda e de áreas correlatas e abordou pontos importantes para desmistificar crenças que ainda existem no entorno destes nichos e qual sua real função no mercado

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Na última terça-feira, 17 de outubro, estive em um dos meus locais favoritos de São Paulo: o Shopping JK – mas, desta vez não foi para meu lazer ou acompanhar cliente em Personal Shopper.

A razão da minha visita ao local foi profissional e educacional: assistir às palestras do evento Iguatemi Talks Fashion, que promoveu excelentes palestras e bate-papos com nomes relevantes do mercado da Moda e de áreas correlatas, como Beleza, Varejo, Design, entre outras.

Esse post visa registrar minha ida ao evento e alguns insights que anotei dos Talks aos quais assisti no dia 17. Separei por tópicos comentários mais importantes e minha visão das apresentações. A primeira deles foi sobre o assunto:

  • Como o Bridal Design influencia coleções atemporais – com Carlos Bacchi, Ricardo Almeida e a diretora geral da Tiffany&Co, Laurita Mourão, com mediação da influencer Constance Zahn

📌 Charles Louis Tiffany (fundador da Tiffany) foi quem criou o solitário. O que é considerado um solitário? Ele é um diamante suspenso em um anel com 6 garras ao redor e um formato de triângulo ao contrário; esse formato permite que a luz que bate na pedra espelhasse ainda mais, para que o brilho da pedra no anel seja visto de forma ainda mais intensa. O solitário foi símbolo de compromisso e de atitude romântica, especialmente no que diz respeito a casamento, por anos. Hoje, com a variação de públicos, ele se torna mais um clássico mediante tantas outras opções de anel de compromisso e de pedidos de casamento.

📌 Ricardo Almeida foi o designer pioneiro da mudança do shape na moda masculina para os noivos. Ele criou a gravata branca para substituir o prata, que era mais usual da época – quando se fala em torno de 20 ou 30 anos atrás.

Curiosamente, sua esposa formou-se recentemente em Consultoria de Imagem e oferece o serviço pra homens que buscam alinhar mais seu não-verbal através das roupas de casamento, no atelier do designer. Eles fazem atendimento sob medida em suas lojas pelo Brasil e, atualmente, também no estúdio de Consultoria de Imagem que abriram por conta da função de sua esposa. Sua linha de roupas de festa também está expandindo para o público feminino.

📌 Carlos Bacchi me pareceu uma pessoa mais de “fazer que de falar”; quando perguntado a respeito do seu trabalho, soou confuso. Pode-se dizer que o público, que é muito fã do seu trabalho, e que estava presente em seu Talk lhe trouxe autoridade. Ele confessou que nunca foi um sonho se tornar estilista e que isso simplesmente aconteceu em sua vida e mais: que à medida em que cresce e expande seus negócios enfrenta muito desafio. Disse estar bastante sobrecarregado e procurando formas de lidar com isso com ajuda da equipe, o que mostrou, por um lado, que em meio ao empreender há muitas preocupações para além da poesia vista “do lado de fora”.

📌 O pós pandemia retratou a vontade das pessoas de comemorarem as pequenas coisas, não só as grandes. Então usam os meios de compra pra essas comemorações, exemplo: as amigas e madrinhas, a família, um novo emprego, uma promoção, uma meta alcançada. As pessoas têm sede de celebrar a vida de diversas formas – e os três profissionais presentes no talk relataram que seus produtos são buscados em meio a essas comemorações.

No segundo talk que foi o mais esperado por mim, tivemos ninguém menos que a designer Nathalie Klein e sua perfeita desenvoltura ao falar sobre sua carreira, seu trabalho, sua visão do que é Moda e como isso pode agregar positivamente na vida das pessoas para além do mercado dentro da “bolha”.

Abaixo, o tema do Talk e algumas curiosidades que literalmente pontuei em meio à verdadeira imersão que tive ouvindo Nathalie.

  • Nathalie Klein conversa sobre o olhar Cool Hunter da NK com a Diretora de Conteúdo Antônia Petta

📌 Moda é a fotografia dos tempos e ela se comunica com tudo que está acontecendo. Ela não é um universo alheio como a maioria pensa, pelo contrário: se importa com os acontecimentos atuais e trabalha em conjunto com eles;

📌Uma CIO (Chief Inspiration & Officer) – como se intitula em sua empresa – se inspira em absolutamente tudo. A NK Store foi fundada em 1997 com o objetivo de editar e aprimorar peças de forma mais particular, então todas as observações sempre foram relevantes para o processo criativo de coleções da marca;

📌 O termo “curadoria” vem das artes e visa conectar peças e objetos num mesmo lugar; trazendo o termo para o universo da marca, uma curadoria de uma coleção, por exemplo, visa ornar as peças de modo que elas conversem entre si proporcionando harmonia visual;

📌 Todo armário é uma alquimia: você junta peças e forma criações diferentes a partir de peças que, olhando separadamente, talvez não fizessem sentido. O treino para esse olhar “alquimista” faz toda diferença em qualquer acervo;

📌 As coleções criadas e pensadas demoram de 12-18 meses para serem desenvolvidas. E esse desenvolvimento começa com a fibra do tecido (não estamos falando de “copy+paste”). Cada detalhe é minimamente pensado e trabalhado para fazer uma coleção existir;

📌 Trabalhar com a moda é trabalhar com riscos (hoje, mais calculados), mas, ainda assim, são riscos; tudo é sempre muito pensado para o amanhã, então não deixa de ser uma “aposta”. O próprio termo ‘aposta’ é utilizado para o que se vê na passarela, justamente porque é nisso que trabalhamos: no que apostamos que pode ser o hype, que pode ser aceito;

📌 Trabalhar com moda é viver a alegria do encontro entre Razão e Emoção diariamente;

📌 Valores inegociáveis da NK: empatia, coragem, respeito, diversidade, transparência, comunicação;

📌 As semanas de moda internacionais começam em NY e acabam em Paris. O trajeto é: Ny, Londres, Milão e Paris. E para acompanhá-las é necessário muito investimento na empresa, pra fazer esse trajeto acontecer da melhor forma possível;

📌 A viagem de trabalho tem suas regras dentro da empresa e não é uma viagem de férias. Os investimentos são direcionados para pesquisas e pras marcas e não para a designer e equipe. Eles [nós] ficam em hotéis básicos;

📌 O Cool Hunting estuda o comportamento humano como um todo. As falas, o agir, as culturas… tudo que traz inspiração e essa inspiração é direcionada para a roupa.

E então, gostaram dos insights? Relatos de profissionais com bastante visibilidade no mercado nos permite abrir mais nosso olhar e entender os diferentes ambientes desse mercado tão vasto por diferentes perspectivas.

A gente nunca pára de aprender e, do que depender de mim, eu seguirei aprendendo, me aperfeiçoando e me desenvolvendo sempre. Pra ser melhor como pessoa e, também, como profissional.

MAIS: Como o meio e as pessoas à sua volta influenciam negativamente no seu estilo

Beijos coloridos e até a próxima,

Marcéli.

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