Se eu precisasse classificar um tema como favorito, o qual gosto de "perder" horas lendo, além de moda, é comportamento. Não só ler, como escrever sobre. Além de abrir a mente, me faz expandir meus horizontes em nível de ser humano – e eu gosto de saber que, ao escrever para que outras pessoas leiam, dou esta mesma oportunidade a elas: de crescer mentalmente, de evoluir.
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Neste fim de semana mesmo, devido a alguns ocorridos, eu li muitos textos sobre se doar demais às pessoas. Ao longo da vida, depois que deixei ou que venho deixando de ser uma pessoa mimada, eu passei a enfrentar outro problema, que era lidar com pessoas abusivas pelo fato de me doar demais. E um impasse que sempre encontro na minha cabeça é: quem está errado? Eu ou eles?
Cheguei à conclusão, atualmente, que um pouco dos dois. Eu, por não saber respeitar meus próprios limites; eles, por também não saberem me respeitar, achando que podem "sugar" a boa vontade de pessoas, que agem como eu, até seus limites. Se cada um se tocasse um pouco, logo, ambos poderiam alcançar um equilíbrio. Creio eu.
Acontece que eu não posso mudar os outros. Ninguém pode. Então, cheguei a outra conclusão: que eu posso mudar a mim mesma. Se eu mudo, as outras pessoas, consequentemente, serão obrigadas a mudar o jeito com o qual me tratam. É como o dominó, em que você derruba uma peça enfileirada e todo o restante apoiado nela também cai, automaticamente. Se eu mesma respeitar meus limites, então, eu não permitirei que outros os desrespeitem – o que evitiará com que eles o façam.
O grande ponto é que é extremamente difícil mudar. Especialmente, quando a pessoa gosta de ajudar os outros e de fazer coisas pelos outros. Eu sou assim, acreditem ou não: fico feliz em poder ajudar e não fico medindo retribuições. Não fico pensando se a outra pessoa faria aquilo por mim também; na realidade, na maioria das vezes eu até sei que a outra pessoa não faria o mesmo por mim, ainda assim, eu faço.
Porque, de uns tempos pra cá, uma das premissas que adotei e que tenho colocado em prática é que não importa o que o outro tem a dar e, sim, o que EU tenho a dar. O que eu faço para os outros é o que me faz ser o que sou. Então, mesmo que nem todos tenham boas coisas a retribuir, eu prefiro continuar dando coisas boas. Há quem me chame de trouxa por isso – às vezes eu mesma me questiono – mas, é como eu continuo agindo.
A única coisa que espero mesmo – apesar de que não deveria esperar nada – é gratidão e respeito. Na verdade, não é algo que espero, é algo que exijo. Não tolero quando não vejo, para ser bem sincera. Podem me julgar como uma pessoa radical, mas, eu acredito que, em relações entre seres humanos, estes são sentimentos básicos para uma boa convivência. Atitudes dignas de pessoas que possuem um bom caráter. Normalmente, quem não tem gratidão e reconhecimento pelo outro, quando é bem tratado ou quando recebe favores, tem um caráter duvidoso, em minha opinião.
E é por causa destas pessoas ou destes fatores – falta de respeito e ingratidão – que eu coloquei em minha cabeça que sou eu que tenho que mudar. Eu posso me sentir bem em ser uma doadora, mas, eu sei que, com certas pessoas, me magoarei mais para frente. Não adianta superar meus próprios limites por alguém que não reconhece, porque por mais que eu me sinta bem em ajudar, me sentirei sugada sem o reconhecimento. E isto não é algo visível, que se mostra; é algo que se sente. A gente sente quando a outra pessoa não encara suas gentilezas como gentilezas e, sim, como obrigações.
Quando, de tanto ser bem tratada ou de tanto ter as coisas facilitadas para si, a pessoa se torna soberba e passa a abusar da sua boa vontade. Gratidão transmite uma energia maravilhosa, enquanto o oposto faz o ambiente e a relação pesarem. Seja entre amigos, entre familiares ou entre amores. Nenhum ser humano nasceu para servir ao outro; toda gentileza é bem-vinda, mas merece reconhecimento. Sem isso, não há equilíbrio e as relações desabam.
Por isso, daqui para frente, seguirei este trato comigo mesma: não superarei meus próprios limites por ninguém; não me desrespeitarei, assim, evitarei que alguém o faça. Só ajudarei quando estiver ao meu alcance, o que não estiver, paciência. Minhas vontades e minha vida também merecem prioridade, afinal, eu dependo de mim mesma. Os outros, por mais que eu queira ajudar, podem e vão esperar.
Marcéli Paulino
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…