O terceiro dia de SPFW se encerra, com as apostas das grifes respectivamente desfiladas, a começar pela "entrada trunfal" das bonecas de Fause Haten. Confira o resumo do que foi mostrado.

O designer mostrou sua coleção desfilada por marionetes, em uma montagem que nos remetia a sonho/ilusão. As bonecas foram vestidas com as mesmas peças que apareciam em tamanho real, nos manequins, e a triha sonora foi – mais uma vez – a voz do próprio estilista, recitando.
Os modelos de roupas "de verdade" apareceram no final. Vestidos de festa com ares de red carpet que receberam cores e texturas diversas em meio às manequins-miniaturas esculpidas em bisquis pelo artista plástico Guilherme Pires. Algumas delas possuíam rostos idênticos ao de tops-celebs, como Gisele Bündchen e Naomi Campbell.

Prezando pela assimetria e pela modelagem ampla, vertentes mais que enfatizadas nesta edição, Fernanda Yamamoto resolveu colorir e brincar com suas peças. A inspiração oriental que faz parte de seu DNA, mais presente em sua marca do que em qualquer outra desfilada nas temporadas paulistanas, deu espaço para a "vida real". O lado comercial desta vez falou um pouco mais alto e apareceu em peças feitas como que no molde de roupões e aventais.
As estampas e texturas foram bem diversificadas, entre elas, o poá, o quadriculado, o plástico e até o paetê, em meio a muitos tons açucarados que traziam consigo o apelo dos anos 50 e da mulher que é romântica, mas que trabalha – seja onde for, até mesmo em casa. Um trabalho divertido e diferente, como normalmente é.

Pelo jeito, esta temporada é mais dos comercias que dos conceituais. João, um dos designers de moda masculina que mais preza pela segunda vertente, desta vez deixou o barroco sempre presente de lado e se dedicou ao "ready-to-wear", mostrando peças totalmente compráveis e usáveis, para todos os estilos e gostos.
A alfaiataria esportiva e o náilon – novidade de sua coleção – foram os destaques do trabalho feito com coletes de fundos recortes, paletós ajustados, calças de barra curta e comprida e alguma assimetria aqui e ali. A cartela de cores variou levemente, com tons abertos como o tangerina e o dourado, – mais presente nos detalhes -, e no preto, branco e azul escuro.Os mais descolados podem apostar na modelagem ampla dos bermudões, enquanto os fashionistas mais ousados têm a opção do short curto, bem agarradinho. Tudo bastante democrático.

 

O apelo brasileiro mostrado no trabalho de estamparia da marca é sempre o mais visível, em se tratando de Água de Coco. Liana Thomaz e sua equipe mostraram um verão repleto de verde, com imagens em tamanho real de folhagens, frutas e pássaros nacionais, acompanhados de acabamentos feito em palha com detalhes dourados, interessantíssimo. Os recortes de maiôs e biquínis muito bem-feitos formaram peças elegantes e que valorizam a silhueta feminina e, principalmente, o corpo da mulher brasileira.
Para o pós-praia, saias longas e esvoaçantes acompanhadas de tops, algo que não é novidade e que até já foi mostrado, mas ainda assim, válido pela beleza e pelo acabamento. Vestidos assimétricos e calças de mesmo tecido com cintura alta também tiveram sua vez e fizeram bonito em meio à coleção, acertiva em relação ao seu público.

Arrasando na inspiração de países étnicos como é a marca registrada dos estilistas, a Neon mostrou um verão como há tempos não fazia: cheio de boas informações em cores, modelagem e estampas. As origens marroquinas, turcas, chinesas e indianas resultaram em belas túnicas, saias-calças e maiôs, todos respectivamente preenchidos com o DNA da marca e atualizados para a temporada em questão. Destaque para a seda e o cetim que fizeram parte da maioria das peças nesse mix muito bem idealizado por Dudu Bertholini e Rita Comparato. Com dez anos de marca, é sem dúvida em excelente retorno.
 

 

Encerrando o terceiro dia de desfiles, a Triton mostrou um verão de profusões de cores inspirado na veia mística provinda de LA e São Francisco, EUA. Para eles, as cores se misturaram a tons terrosos e sóbrios na presença de coletes longos e  sobreposições de paletós mais curtos, bem moderno.

Para elas, estampas psicodélicas coloriam conjuntos de top e calça, saias com recorte em "V", modelagem que tomou conta da temporada agora em 2013, paletós coloridos assimétricos e parcas sem manga. A assimetria desta vez permaneceu em peças da parte superior; além das parcas, casaquetos, coletes e blusas usadas em sobreposição receberam a modelagem-aposta da temporada, o que não deixava o look tedioso. 
Destaque para o tie-dye, resgatado dos anos 70 (e de coleções passadas) em um contexto mais atual e da estampa triangular, geometria que se encaixou muito bem para a proposta apresentada.