Saber combinar peças e montar looks cheios de personalidade é ótimo, mas, já parou para pensar em como essas peças que você usa são feitas – ou melhor: do quê elas são feitas!? Muitas vezes, por não conhecer tanto sobre tecidos, acabamos levando “gato por lebre” ou, até mesmo, errando na composição no que diz respeito a temperaturas – o que pode nos fazer passar frio ou calor demais.
Para ajudar você a escolher texturas com mais cuidado, em várias ocasiões, resolvi reunir umas dicas sobre os tecidos mais comuns de encontrar no mercado e explicar um pouquinho sobre cada um deles.
Se você prestar atenção às etiquetas das roupas de algumas lojas, principalmente, as de departamento (vulgo fast fashion), você vai encontrar este nome aí na composição de boa parte das roupas, especialmente, as de inverno. Ele é um dos principais substitutos da lã e é um ótimo isolante térmico, além de ser leve e resistente a amassados e a agentes químicos. Ou seja: você paga um pouco mais barato que a lã e tem a vantagem de poder levar a peça na mala, para uma viagem, ser correr o risco de que ela amarrote toda! Além de roupas e acessórios de inverno – casacos, gorros ou cachecóis, por exemplo -, também é muito usado na confecção de cobertores e mantas e, vez ou outra, de forros de móveis.
Matéria-prima bastante comum na fabricação de roupas, o algodão é uma fibra natural, de origem vegetal. Sua variação de densidade permite que dele saiam outras texturas, entre elas, a sarja, o brim e o cretone. É macio, confortável e uma ótima opção para looks de verão. Por ser uma fibra natural, o algodão não abafa nossa transpiração através da roupa, o que faz com que o tecido “respire”, arejando a peça. Sua absorção é, inclusive, super indicada para o clima brasileiro, que é quente e úmido – motivo pelo qual ele encarece uma peça de roupa. Pode ser utilizado na fabricação de roupas e de diversas variações de tecidos, entre eles, o algodão egípcio, o algodão penteado, o pima, o upland e muitos outros.
“Parente” do algodão, o bandagem não se resume, simplesmente, ao nome daquela saia justa ao corpo. Essa nomenclatura, usada para batizá-la, se dá justamente por causa do tecido, que é feito a partir do algodão, com textura mais leve, justa e vazada – e de aspecto mais rústico.
Você já deve ter ouvido essa expressão da sua mãe ou da sua avó. “Blusa canelada”, por exemplo, nada mais é que uma blusa feita com tecido de listras verticais em relevo (também podem ser horizontais), semelhantes ao desenho de cotelê. Nos anos 80 ou 90, ele era muito comum em roupas de meia-estação e de inverno. Hoje, sua leitura é mais vintage e, apesar de não ser mais tão comum, ainda se encontra nos looks de rua. Seu preço, no entanto, deve ser mais baixo em relação a outros tipos de tecidos.
A escrita estrangeira é a mais utilizada para este tipo de tecido, feito com pêlos de cabras originárias do Tibet. O fio da lã cashmere é conhecido por ser extremamente fino, muito quente e macio. É usado na fabricação de peças bem grossas de inverno – como casacos, malharias, pulôveres, suéteres, meias e até cobertores. Usar uma peça em cashmere é certeza de não passar frio e costuma ser uma das mais caras – se o preço não for tão caro, pode ter certeza de que o tecido não é 100% cashmere e leva outras fibras em sua composição.
Este é outro nome bastante comum de se ouvir, dado ao tipo de tecido macio e fluído que, devido a um entrelaçamento diferenciado de seus fios, possui um lado mais brilhante que o outro. A matéria-prima utilizada na confecção do cetim pode variar entre acetato, viscose ou poliéster, assim como a variação do tratamento de seu acabamento. Seu brilho faz com que seja um dos tecidos mais eleitos na hora de montar uma produção mais arrumada, para balada, um casamento ou para uma festa. Também é popularmente utilizado na confecção de pijamas de baby dolls ‘finos’.
Atualmente também chamada de suede – como a “suede skirt” -, no fim das contas, chama-se ‘camurça’ no português. Este é outro tecido feito a partir do algodão e, após o acabamento de flanelagem que leva, seguido de navalhagem, ganha uma aparência aveludada ou semelhante à pele de camurça. É um tecido mais recorrente em peças e acessórios de inverno ou de meia-estação.
Se você tem o hábito de ler textos de moda – como crítica de desfiles, por exemplo -, já deve ter lido essa palavra. Traduzida do francês para o português, “chiffon” significa “trapo”, e leva este nome por se tratar de um tecido bem leve e fininho, quase transparente, como a seda. Pode até ser feito da própria seda ou, então, de fibras sintéticas – como poliéster ou poliamida – com fios de grande torção e resistência. Encontrado mais comumente em looks de festa, tem um preço mais acessível que a seda no mercado.
Nome científico do jeans, o denim é importantíssimo. Feito a partir do algodão resistente, ele leva uma mistura de fios azuis na trama e brancos no urdume. Originário da cidade de Nimes, na França, era inicialmente conhecido como “serge de Nimes“, de onde surgiu, posteriormente, seu nome final – o denim. Foi um tecido utilizado em barcos à vela – dizem, inclusive, que foi usado nas velas do barco de Cristóvão Colombo – e, no século XIX, era usado na confecção de calças resistentes para marinheiros de Gênova. Observando a resistência espetacular do tecido, foi que Levi Strauss o adotou para a fabricação da calça que seria febre no mundo todo, o tal do jeans. Chegou a ser utilizado por operários, no século XX e, a partir dos anos 1950, passou a ser textura fashion com pegada rebelde.
A chamada “lycra”, que vocês conhecem, utilizada, principalmente, em roupas de academia, é o nome registrado desta fibra sintética, obtida através do etano. Também chamado de Poliuretano, sua função específica é conferir elasticidade aos tecidos, planos ou de malha. Esse material pode se misturar a muitos outros, promovendo a elasticidade de peças em jeans, por exemplo, em algodão e por aí vai.
Outro tecido feito a partir do algodão, o moletom é uma malha com fio mais grosso em seu avesso, o que lhe confere um toque agradável. Normalmente, para peças de inverno, onde é mais comumente utilizado, seu avesso é felpado (como uma flanela). De todos os tecidos de inverno é um dos mais acessíveis em nível de preço, além de atemporal: sempre estará na moda!
Não vou me prolongar na lista infindável de tecidos, porque são muitos, então, para não ficar um texto muito longo, vou separar essa aulinha em dois posts. Estes foram os de hoje, espero que tenham gostado e que aproveitem as dicas para colocar em prática suas escolhas de peças na hora da compra! E, claro, se achou válida a leitura, não se esqueça de dar um like lindo e compartilhar com as migas e migos 😉
Beijos e até a próxima!
Marcéli Paulino
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…