Uma vez, enquanto ainda estava namorando, li um texto muito maravilhoso sobre ser solteiro [o autor – desconhecido -, inclusive, tinha acabado de terminar um relacionamento].
Ao longo do texto, fui me apaixonando pelas palavras de uma tal forma, que cheguei a questionar minha vida naquele momento. A frase que mais marcou pra mim, deste texto, foi a final: "hoje em dia eu só entro no mar com alguém, se a pessoa souber nadar comigo" – parafraseando.
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Eu acho, e passei a acreditar nisso há um bom tempo, que a gente só consegue ser feliz ao lado de alguém quando é feliz consigo mesmo, em primeiro lugar. Porque não dá para querer procurar em outra pessoa – num estranho – o que falta na gente mesma. Simplesmente é inviável.
E a parte boa da solteirice, que venho redescobrindo – felizmente -, é justamente essa: se (re)descobrir. Se conhecer de novo e de novo, se surpreender consigo mesma, se curtir. É tão bom SE curtir. Não precisar pensar no que o outro vai falar, se vai reclamar, se vai te julgar, não precisar ser nada para ninguém. Nem se explicar para ninguém. Nem ser injustiçada por ninguém. Nem traída. Nem merda nenhuma.
Quando você atinge esta plenitude individual eu creio que, aí sim, você é uma pessoa preparada para receber outra em sua vida. E não estou dizendo isso porque meu último relacionamento foi um lixo, com perdão da franqueza. Estou dizendo isso porque é nossa situação mal resolvida conosco mesmas que nos faz entrar em relacionamentos lixos. É sério.
É bem a prática daquela teoria de "você atrai o que transmite". Se você não está bem consigo mesma, se está carente, insegura, pra baixo – é isso que você vai encontrar pela frente. Ou alguém como você, ou alguém que vai se aproveitar destas suas fraquezas para se sobressair, para tirar algum proveito. Pode prestar atenção.
Ou seja: a solteirice é necessária. Não porque precisamos sofrer, porque temos de ser sozinhos – mas porque precisamos aprender a sermos felizes sozinhos em primeiro lugar para, então, descobrir o que queremos de fato. Eu sei que muita gente que vai ler isso não vai entender metade e vai achar que minhas palavras são devaneios de alguém amorosamente frustrada. Mas eu juro que não é. E também, se você achar isso, pouco me importa.
Imagens: Tumblr [reprodução].
Creio que em nenhum momento da minha vida eu estive tão feliz por estar sozinha. Eu simplesmente entendi que, para estar ao meu lado, não basta querer. Tem que fazer por merecer. Tem que SER alguém que mereça. Entende? E mais: eu não estou "avulsa", morrendo para que alguém ocupe o meu lado. Não estou mesmo; até poderia dizer, com toda satisfação do mundo, que meu lado está indisponível temporariamente.
Eu não procuro, porque eu sei que se eu tiver que ser sempre sozinha, eu serei – e serei feliz. Se eu não encontrar alguém que eu julgue que mereça me fazer feliz e que eu queira fazer feliz de volta, é assim que eu prefiro. Eu prefiro ser feliz sozinha que infeliz ao lado de alguém, só porque a sociedade hipócrita 'impõe' que as pessoas precisam de alguém. E normalmente – com algumas exceções – é o que acontece. As pessoas se juntam a alguém que nada tem a ver com elas, só para provar que têm alguém. Eu mesma já fiz isso. E é triste.
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E é triste também conhecer pessoas que não entendem o lado bom da solteirice – que têm pânico de ficarem solteiras. Eu demorei a entender este lado – mas se tem uma coisa que desejo de coração a todas as pessoas que amo, é que elas alcancem este entendimento. Com palavras não dá para explicar sua plenitude, portanto, cada um de nós precisa sentir. Eu desejo este sentimento a você, de coração.
por Marcéli Paulino
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…