Amigos íntimos e familiares vão estranhar um bocado ao ler isto, mas, eu preciso admitir uma coisa: às vezes, eu entendo por que europeus são tão fascinados pelos países tropicais. Tem dias que dá muita deprê sair de casa com tempo nublado, com frio, com vento e com chuva.
Eu sempre curti dias cinzas e invernais – mas quando a chuva e o vento insano são acrescentados à paisagem e, quando isto se torna uma rotina, não é muito legal. Fato.
MAIS: Diário de viagem – Londres, dia 37
Hoje eu não teria aula. Minha vontade era de usar este dia "livre" para dormir e ficar na cama, inutilmente. Juro. Mas, lá fui eu relutar contra o desânimo e encontrar o pessoal da minha classe – porque, para variar, tínhamos que nos reunir para discutir sobre um dos 956 trabalhos que temos para entregar até o final do curso [o da vez foi sobre o desfile do final do ano].
A reunião demorou por volta de 1 hora e aí eu pensei em voltar para casa correndo. Já protelei várias visitas a vários lugares por pura preguiça, até que hoje eu pensei: não. Bem ou mal, eu só tenho mais 1 mês e 18 dias aqui e, considerando que 99% do tempo eu estarei ocupada com coisas do meu curso, o outro 1% precisa ser ocupado com alguma distração, ainda que cultural.
Lá fui eu, então, na exposição da Chanel, na famosa Saatchi Gallery.
Para quem não sabe, a Saatchi Gallery é uma das galerias mais famosas de Londres, onde acontecem as exposições mais requisitadas. Possui este nome devido ao artista Charles Saatchi, que fundou a galeria em 1985, para exibir sua primeira coleção ao público.
A Galeria Saatchi já teve várias localizações, sendo sua atual em King's Road, próxima à estação de metrô Sloane Square.
Eu diria que demorei mais tempo na fila que na própria exposição em si, mas, sempre é uma coisa válida, né. Bom, eu curto exposições, além do mais, meu curso me obriga a visitá-las de qualquer forma, mesmo que eu não gostasse.
Os cômodos são variados, porém bem simples, e resumem de uma maneira meio restrita a história da estilista e da marca – em minha opinião. Achei bem bonito, no entanto, o cômodo que exibe uma réplica em tamanho gigante de um dos colares de diamantes da coleção de jóias da marca.
Os modelos de alta-costura da grife, os quais podíamos chegar bem perto para ver, também eram maravilhosos.
Sou suspeita para falar, porque a maison é uma das minhas favoritas, não só em nível de design, mas em nível histórico – admiro a trajetória de Gabrielle Chanel para chegar até onde chegou com seu nome e sua independência profissional. Intelectualóides da Central Saint Martins diriam que admirar a maison é clichê, mas eu não estou nem aí.
O "Parfum Room" (sala de perfumes, em tradução livre), era interessante. Frascos gigantes de perfumes adornavam todo o recinto, abrindo e fechando e exalando algumas das fragrâncias mais marcantes da grife. Obviamente, a sala mais cheirosa da exposição.
Quem quisesse também poderia assistir a um curta metragem contando a história de Gabrielle, em uma sala à parte, dentro da galeria. A expo acaba neste domingo, então, quem estiver por Londres e quiser dar uma olhada, corre!
MAIS: 7 dicas de moda para atualizar seu look diariamente
Assim se vai mais um dia. Em tempo: — 47 dias —
por Marcéli Paulino
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…