Outro dia, falei que uma das coisas que mais me incomodam é o conservadorismo. Ele me incomoda, simplesmente, porque não vejo motivos para ser conservador – se você quer ser livre, saiba deixar os outros livres -, é como eu penso. Não suporto pessoas que vivem com o dedo apontado para os outros, que vivem para julgar, para controlar as atitudes alheias.

O mais curioso é que, normalmente, estas são as piores pessoas nos 'bastidores', porque de tanto apontar para os outros, esquecem-se de olhar as próprias atitudes. Já ouviu aquela frase: "quem muito julga, tem muito o que esconder"? Então.

Eu mesma, se soubesse quantas voltas a vida daria, teria mudado minha cabeça há muito tempo. Só de olhar para trás e ver o quanto mordi minha língua, sinto certa vergonha. É muito fácil a gente julgar sem passar pela situação. Nossa, como é simples, né? Se sentir num pedestal, achando que pode apontar para todo mundo "lá embaixo". Até a hora que a vida chega bem pertinho de você, te cutuca e fala: "agora é a sua vez". 

É normal do ser humano tirar proveito de uma situação ou se achar no direito de fazer críticas severas, quando se sente favorável nela. A diferença está entre quem tenta mudar isso e quem não. Quem bate o pé, incapaz de olhar o próprio rabo, continuando a afirmar que está certo e quem tem a humildade de reconhecer o erro. Quem pede desculpas e quem permanece arrogante. Aliás, humildade é uma das qualidades mais admiráveis e mais difíceis de encontrar, em minha opinião.

E aí é que está meu ponto de vista e o motivo pelo qual escrevo este post: quem muito quer conservar, acaba por também ser hipócrita. Porque a verdade é que todo mundo quer ser livre e poucas pessoas aceitam muito bem as críticas. Todo mundo quer controlar o vizinho, mas não aceita ser controlado. E, normalmente, quem sempre está disposto a falar o que lhe vem à cabeça a qualquer pessoa, pouco está disposto a ouvir o que os outros têm a dizer.

Afinal, ouvir elogios é sempre bom, né!? O problema é ouvir críticas e desaprovações. E tem gente que parece sempre estar a postos para desaprovar alguém, da maneira mais severa possível. O único detalhe é que estes se esquecem de que, provavelmente, também estão sendo apontados e desaprovados por alguém. A vida não perdoa e você não sai ileso desta, te garanto.

Imagens: Tumblr [reprodução].

Já ouvi declarações de pessoas viciadas em julgar os outros, dizendo: "sou sincera. Falo o que penso". Muito bonito. Mas, será que você, "dono(a) da verdade", que fala tudo o que pensa, está disposto a ouvir tudo também? Acho pouco provável. Aquele que não pratica um pingo de cautela ao falar com o outro, é, normalmente, quem exige que pratiquem com ele. E a justiça nisso tudo, fica onde? 

O que quero dizer com isso: POR QUE raios temos que nos preocupar tanto com os outros? Por que as pessoas sentem tanta necessidade de jogar pedra no telhado alheio, ao invés de jogar no seu próprio telhado? Faz bem, sabia?? Ocupar sua cabeça olhando seus próprios defeitos e erros e tentando consertá-los, ao invés de encher o saco do outro. Deixe que cada um faça o que quiser da sua própria vida, é para isso que somos livres. E também, tem aquela velha frase da qual gosto muito: a diferença entre a pizza e sua opinião, é que a pizza eu pedi. Julgar os outros severamente já é feio, sem que sua opinião tenha sido pedida, então, nem se fale.

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beijos de bom senso,

Marcéli Paulino.