Felizmente, parece que a pandemia tem recuado gradativamente e, com isso, podemos vislumbrar o retorno às atividades “normais” no fim do túnel. Entre delas, as semanas de moda – que são infinitamente melhores no presecial, né?
É fato que, há quase dois anos sem sair, existe uma vontade inevitável de vivenciar aquilo que nos foi privado. Por necessidade, sem sombra de dúvidas, mas, fato é que a falta excessiva gerou a vontade em dobro, a meu ver.
Com as semanas de moda não foi diferente. Muito se polemizou sobre voltar ou não ao presencial e muito se falou na questão do consumo e da sustentabilidade, pautas que são, sem dúvida, ultra relevantes. Mas a vontade de extravazar os tempos de clausura pareceu tomar conta permitindo que, mais uma vez, estes assuntos fossem deixados para depois.
Hoje, apresento um panorama das semanas de moda e das tendências prometidas para a nova temporada, pinceladas por mim.
Confira um pouco dos desfiles e das apostas, sob minha ótica, e eleja sua favorita! E lembre-se: moda é o que vemos ofertado pelo mercado; estilo são as nossas decisões sobre o que vestir.
CAROLINA HERRERA – Apesar de muito se falar em linhas retas e transparência, há quem tenha investido no oposto nas passarelas nova-iorquinas (particularmente, para minha alegria!). A coleção de Carolina Herrera trouxe uma gama de cores e volumes, sem deixar de lado os tops e as barriguinhas à mostra, que são certeiras para a temporada de verão.
JASON WU – Sempre muito artístico nas suas obras de arte, como costumo chamar as roupas da marca, o verão de Jason Wu não poupou cores e ricas modelagens, ora volumosas, ora leves e cheias de aplicações. Os vestidos variam do dramático ao sensual e elegante e os conjuntinhos de saia e top ou calça e top são perfeitos pra uma produção de verão chique sem esforço.
MICHAEL KORS – Elegância é teu sobrenome! Um vasto leque de peças estruturadas com perfume ladylike, entre cores neutras (preto, branco, off white e grafite) e a presença de candy colors, deram o tom da coleção resort. Perfeita para a mulher que trabalha na cidade, enfrenta a correria mas não gosta de deixar sua feminilidade, elegância e sex appeal de lado.
PATBO – A presença da grife brasileira em passarelas do NYFW não é novidade e, desta vez, a brasilidade se fez muito presente, através dos poderosos recortes e das cores vibrantes. A marca, por sinal, abriu este ano sua primeira loja em terras nova-iorquinas, mais especificamente, no bairro do Soho.
imagens: NYFW.com
MAX ZARA STERCK – O berço da moda conceitual, criativa e de qualidade – Londres – traz, não surpreendentemente, estilistas com os mais variados talentos e gênios designers, com suas sucintas propostas de coleções. A apresentação foi virtual e, a começar com muita elegância e minimalismo, temos Max Zara. A gama de recortes a laser e peças comfy, acompanhadas da dualidade neutra P&B, remete a uma elegância sem esforço que esbanja conforto.
ANCIELA – Xadrez, cores, acabamentos delicados e, ao mesmo tempo, com pitadas de modernidade ultra-criativa são algumas referências que definem a coleção da marca. A irreverência dos tecidos assimétricos ganham equilíbrio com um detalhe ou outro super feminino em peças que pedem muita personalidade para serem vestidas.
VIVENNE WESTWOOD – Uma das minhas grifes inglesas preferidas, aqui a monotonia passa longe. Se tem alguém que sabe ser criativo mantendo a interessância, sem cair no brega, é ela. No resort 2022 da marca, presença forte de estampas, peças fluídas e sobreposições em contraponto a uma peça estruturada ou outra, imprimindo aquele equilíbrio delicioso que já faz parte do DNA da marca. As cores também falam alto, em especial, o laranja, o coral, o azul serenity e o amarelo. Grande destaque para os looks andróginos.
FUMIE TANAKA – As estampas e os volumes são a palavra de ordem da linha resort da designer japonesa. Vencedora do prêmio de moda de Tóquio 2022 com seu desfile “But Prism”, Fumie preza por um acabamento excelente. Sua coleção apresenta peças com perfeito caimento e estampas requintadas que lembram vagamente a pop art, mesclando elegância e irreverência.
Imagens: London Fashion Week Official
VERSACE BY FENDI – Duas marcas concorrentes se unindo? Isso mesmo! Os diretores criativos de ambas as grifes resolveram unir forças e colocar à prova suas visões referentes ao outro em termos de coleção e passarela. O resultado, além de um casting de modelos incrível – incluindo Dua Lipa e mulheres mais velhas e ícones como Kate Moss e Naomi Campbell – foram peças extremamente desejáveis. Presença marcante das estampas clássicas de correntes da Versace, conjuntos estruturados elegantes e, ao mesmo tempo, pra lá de sensuais, além de uma cartela de cores riquíssima.
DOLCE & GABBANA – A riqueza chegou! É assim que me sinto sempre que assisto a um desfile da Dolce & Gabbana. As correntes, o acabamento pomposo e as formas retas sempre presentes, que acompanham o DNA da marca até hoje, são figurinhas carimbadas queridíssimas da grife italiana. Os ombros estruturados ainda são presentes, mas, dividem espaço com a barriga de fora e com os minicomprimentos de saias e de vestidos. Da cartela de cores, presença do marinho, do amarelo-ouro, do verde militar e, dentre as estampas, forte presença da onça, a clássica favorita em qualquer estação, o floral com aplicações, a zebra e o camuflado.
EMILIO PUCCI – Apostando fortemente nos recortes poderosos e na modelagem hora mais justa e reta, hora mais fluída, a grife apresentou um verão com um banho de mix de cores e estampas em arabescos, que remetem a vitrais. As cores variaram entre neutros – branco, marrom, off white – e tons neon, como verde limão, amarelo lima, azul ciano e salmão.
PRADA – Dona de um desfile simultâneo que aconteceu em Milão e em Shangai, Prada, que curte ser diferente, dessa vez pegou leve no inusitado e apostou um pouco mais nos clássicos. O minicomprimento foi a modelagem-chave, acompanhado de jaquetas com ombros marcados e trench coats. Da cartela de cores, além do preto, presente em muitos looks, e do marrom, pontos de verde natureza e limão, laranja, rosé, nude, cinza, vermelho e beterraba fizeram parte das peças. Sinceramente, não foi dos meus desfiles preferidos e pouco consegui ver, de fato, a personalidade Prada nessa coleção.
Imagens: Vogue.com
LOUIS VUITTON – Impossível falar de Paris Fashion Week sem mencionar o talento de Nicholas Ghesquière, ex-designer da Balmain, que agora comanda a maison LV. Parte conceitual, o resort 2022 da marca trouxe propostas bem unissex, a meu ver, e muitas peças-desejo. Entre elas: a jaqueta cropped, o casaqueto estruturado de tweed, o minivestido usado com trench coat e os vestidos longos com caimento maravilhoso e transparências.
Neste desfile, ocorreu um protesto repentino, onde ativistas invadiram a passarela com um cartaz escrito: “overconsumption = extinction” (“consumo excessivo = extinsão”), em tradução livre. A manifestação, embora ousada, é relevante e nos leva a pensar realmente até quanto nosso planeta ainda aguenta dispôr de recursos naturais.
CHANEL – Não à toa, é uma das minhas grifes favoritas porque, em minha visão, SEMPRE consegue atrelar o empoderamento feminino à irreverência de propostas sensuais, elegantes e dramáticas. Tudo na medida certa! A cartela de cores perfeita, que apresenta tons adocicados entre rosa, amarelo, azul e salmão adorna os conjuntinhos de minissaia e casaqueto de gola redonda, clássico e irresistível, em contraponto às sobreposições e aos mix de colares usados com maiôs e biquínis hot pants. Tudo muito bem pensado, dentro da personalidade da grife. É o tipo de desfile em que você se apaixona mais a cada look que adentra a passarela.
STELLA MCCARTNEY – De Londres para Paris, Stella não poupou duas coisas em sua linha resort, ou melhor, três: conforto, cores e recortes. As modelagens assimétricas de conjuntos, tops e macacões ganham o equilíbrio de blazers e de calças amplas, sugerindo o que a gente procura buscar no armário, especialmente, durante uma jornada de trabalho: equilíbrio.
GIVENCHY – O fetiche vai de encontro com o romantismo, com uma leve pitada de elegância. Foi essa a interpretação que tive ao olhar para os looks resort 2022 da marca. Uma gama de recortes e de materiais formam visuais mais agressivos em meio a um mar de pretos que, de repente, abre alas para cores adocicadas e babados. Antagônico? Isso cabe ao gosto de cada um julgar. Para mim, resultou em uma fusão irresistivelmente dramática e muito interessante.
Imagens: Vogue.com
E aí? Alguma dessas apostas faz seu estilo? Me conta aqui.
beijos e até a próxima!
Marcéli
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…