Eu confesso que relutei um pouco para fazer esse post – mas resolvi fazer, pela quantidade de mensagens e e-mails que recebi me perguntando como está sendo para mim que, "finalmente", estou em casa após os três meses de muita emoção na capital inglesa.
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Tem gente que fala que me exponho demais. Mas, como eu sempre digo, são ossos do ofício. E eu já não ligo de me expor: afinal, crueldade, fofocas e más intenções sempre existirão, por mais que você se enfie em uma concha e se guarde no fundo do mar. E me expor é, de certa forma, a maneira como eu retiro a energia negativa de dentro de mim. É uma terapia jogar a merda no ventilador através do que eu escrevo. Falando bem sério.
E falando em fofocas e más intenções, é por esta parte mesmo que vou começar para contar como está sendo o meu retorno. Faz pouco mais de um mês que voltei de Londres – mais precisamente, fez um mês no último dia 12 – e é claro que estou muito feliz em reencontrar as pessoas que amo, em estar na minha casa, no meu país, feliz em comer essa comida maravilhosa. Graças a Deus, os pontos positivos são muito maiores que os negativos.
Mas como não dá para ignorar totalmente os pontos negativos e, de fato, uma boa porcentagem da minha vontade de escrever vem junto com a vontade de desabafar, eu admito que ando tendo certa dificuldade de encarar algumas adversidades, dificuldade esta que não tinha antes. Como morar e estudar fora do país foi uma experiência totalmente nova para mim, mesmo já tendo morado sozinha, creio que essa experiência tenha me fragilizado além da conta.
E sabe qual é a parte péssima de se tornar frágil? É que as pessoas não perdoam a sua fragilidade. Pelo contrário, se aproveitam dela. Você se sentimentaliza por todos, tenta ajudar, tem compaixão, mas quando chega a sua vez… esquece. Ninguém vai hesitar na hora de tripudiar, ninguém vai se sentimentalizar com você da mesma forma como você se sentimentalizou pelos outros. E quanto mais fraca você estiver, mais carente, precisando de colo, mais as pessoas irão se aproveitar para jogar coisas na sua cara, para te fazer se sentir um pedacinho de fezes.
Acho que minha maior frustração em meio a isso tudo é comigo mesma, porque eu não deveria me sentir assim. Eu mesma costumo dizer que as pessoas só fazem com a gente o que a gente permite. E eu realmente creio nisso. A viagem me deixou ser mais banana, a ter mais fé nas pessoas e a ser menos desconfiada. Isso não é algo totalmente ruim, mas tem um lado bem traiçoeiro que é se iludir. São poucos os que irão te dar colo, mesmo que você tenha dado a quem precisou. E a maioria deles vai guardar na memória quais são suas fraquezas, para posteriormente esfregar na sua cara tudinho.
Imagens: Tumblr – reprodução.
Não importa que você perdoe os defeitos dos outros ou seja paciente ou mesmo compreensiva. Eles não serão com você. E todo esse desabafo resume um pouco da parte ruim que estou vivendo por aqui. Tudo que eu senti quando estava longe, permanece agora talvez um pouco mais forte, porque está na minha "cara". Algumas pessoas em que achei que podia confiar, eu não posso e tudo ficou muito nítido, o que é bom, por um lado. Pessoas que eu costumava defender quando ouvia conselhos e alertas sobre, me explicaram direitinho, através de atitudes, por que haviam me alertado sobre elas.
E tudo o que eu devo fazer em relação a isso é me fortalecer ao invés de me fragilizar ainda mais. Isso serve para todo mundo que está lendo, que já passou ou que passa por isso: não deixe que suguem sua energia que já está fraca. Não permita que se aproveitem da sua fragilidade. Reaja. Mostre a eles que suas prioridades e importâncias são outras. Não deixe de fazer o bem, mas não se permita receber o mal em troca. É como um presente brega que você odiou: rejeite.
Para mim, será um recomeço: reciclar as pessoas que não me acrescentam nada de bom e renovar minhas próprias forças, para impedir que usem minhas fraquezas contra mim mesma.
Beijos e boa semaninha curta!
Marcéli Paulino.
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…