Parece que parte dos estilistas – aqui e lá fora – resolveram apertar o “pause” no escapismo e apostar no que há de melhor e mais real para as mulheres, principalmente as brasileiras, aproveitarem neste verão: a valorização do seu corpo não por meio da vulgaridade, mas sim, da riqueza de tecidos, boas modelagens e moda inteligente.

Uma gama sem fim de estampas e cores diversas já deram seu ar da graça nas últimas coleções, desde o verão 2011. Para quem gosta de uma boa pitada de percepção alheia do seu visual, há opções de sobra para escolher. Mas agora, para 2013, vem a melhor parte: a austeridade feminina, sem a perda da feminilidade, ganhou um enorme espaço nas últimas coleções e está em foco.

 

Gloria Coelho dita esta moda com maestria, não somente nos dias de hoje. Precursora do estilo que incorpora a mulher decidida, bem resolvida e ao mesmo tempo feminina, ela modela o corpo das brasileiras exalando modernidade e passando longe do exagero. A última coleção de Vitorino Campos bebeu da mesma fonte, e apresentou uma cartela em P&B que, apesar da pouca – ou quase “não-cor” -, deu pitadas de ladylike nos sóbrios looks de passarela, elevando o coecificiente de interesse imediato.

Apesar da pegada futurista que tem influenciado as produções femininas de forma geral, estas ainda levam uma boa bagagem dos anos 50 e 60 consigo, mas não deixam de passar por uma necessária releitura. E aí está o grande segredo em manter a feminilidade, mesmo com as propostas atuais. 

Até mesmo nos biquínis de Pedro Lourenço esta nova estética leva ênfase. Não é uma modelagem explícita, nem esbanja sensualidade em excesso, beirando o vulgar. É limpa, elegante, mas sim, muito sexy. As formas retas usadas pelo designer não impedem que a porcentagem de feminilidade suba. Fendas e minicomprimentos foram coordenadas astutamente com partes de cima que não possuem decotes, mostrando que tudo faz parte de um essencial equilíbrio. Da mesma forma como, nos momentos em que o decote aparecia, a barra das saias descia.

Uma vez em que a mente se abre para a ideia de elegância e sensualidade sem obviedade, jamais é possível retornar ao “sexy” de antes.