Londres, dia 68: pub, bar, compras de Natal e as voltas que o mundo dá

Essa semana eu resolvi estravazar. Não aguentava mais a pressão da faculdade, a pressão de estar aqui sozinha, a responsabilidade de ter que levar um certificado de um curso super foda como este embora, para mostrar para meus pais que todo investimento valeu a pena. Me julguem e pensem o que quiser mas, para mim, nenhum segundo aqui foi fácil. E ainda não está sendo.

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Quinta e sexta eu bebi. Saí para beber, taquei o foda-se para os trabalhos, fui dar umas risadas, me desligar um pouco desta realidade insana. Desculpa mãe, pela preocupação que dei para você, mas isto era importante para mim.

Ou enloqueço por um lado, ou enlouqueço por outro. E acho que enlouquecer pelo lado menos pior – que é sair e se distrair, ainda que detonando um pouco o fígado – é melhor que ficar enfiada embaixo das cobertas sendo infeliz e chorando. Cada um expulsa os fantasmas da forma como achar melhor. Esta é a forma que eu prefiro.

Este foi meu look de hoje. Como minha faculdade é "muito legal", eu não pude ir aproveitar a Black Friday, porque tive aula o dia inteiro, o que me levou a ir ao shopping hoje. Minha agenda estava lotada, para variar, em plena sexta-feira, então tudo o que eu fiz para me sentir um pouco melhor foi abandonar o filme obrigatório da noite e escapulir para o bar da faculdade. Isto mesmo: quinta teve pub e sexta teve bar da faculdade. Fala sério, né: que curso insano coloca um filme obrigatório para ser assistido em plena sexta à noite? Tinha que ser nesta instituição de doentes, aqui.

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Look: calça, malha de poá e jaqueta H&M. Bolsa River Island.

A CSM é tipo um sanatório, só que ao contrário. Você entra normal e sai louco.

Bom. Eu me reuni com meus colegas de classe, tomamos alguns shots em homenagem à minha despedida iminente… dei risadas, conversei e fui um pouco feliz. Voltando a hoje: fui até o Westfield, o shopping que fica mais próximo daqui de onde eu moro – três estações de metrô à distância -, e fiz o restante das compras de Natal para as pessoas que eu amo. Também precisei comprar mais uma mala, porque as compras que fiz aqui não caberiam nas duas enormes que trouxe, para levar de volta para o Brasil.

EGOÍSTAS ASQUEROSOS
Tudo estava lindo até um detalhe no meu dia tirar todo o meu prazer momentâneo e me fazer refletir sobre egoísmo de novo. Este é um assunto que já abordei aqui várias vezes e, volta e meia, eu abordo. Afinal, em se tratando de ser humano, fica impossível não lidar com egoísmo. E por mais que às vezes eu seja egoísta, eu ainda me impressiono quando assisto a isso nos outros. 

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Cliques dos últimos dias: eu e minha amiga indiana no pub + com colegas de classe, no bar da faculdade.

Eu ainda não consigo assimilar o fato de que existe gente que não fica feliz pelos outros. De gente que gosta de estragar a felicidade dos outros em benefício da própria. Eu ainda sofro quando percebo que muita gente se incomoda em ver o sucesso alheio, seja no segmento que for da vida. Que acha engraçado quando o amigo ou a amiga se ferra. Que sente um mórbido prazer em causar algum tipo de mal estar pra alguém. Eu tô muito, mas muito longe de ser perfeita ou referência de alguma coisa. Mas, se tem algo do que me orgulho, é de que este desvio de caráter eu não porto.

Por mais que a pessoa seja uma escrota, eu sempre vou ficar triste em ver que algo de ruim aconteceu a ela. Eu faço tudo que estiver ao meu alcance para ajudar alguém, mesmo que este alguém não seja próximo de mim, mesmo que eu não vá ganhar nada com isso. Papel de trouxa convicto? Talvez. E isto pode parecer óbvio, mas, pare para pensar sobre quantas pessoas você conhece que fazem o bem "de graça"? Dá para contar nos dedos de uma mão e ainda sobra, infelizmente. Eu não gosto de perder a fé no ser humano, mas tem gente que, às vezes, me faz perdê-la por alguns segundos. É triste constatar que os que curtem uma desgraça ainda são a maioria.

KARMA
E você consegue perceber que, quanto mais egoísta a pessoa é, menos ela dá importância para tudo à sua volta. Não importa, para ela, se você se magoou com alguma atitude, por mais que tenha sido impensada, da parte da pessoa. Ela também não liga se você perdeu a fome ou o sono – ou os dois -, porque se sentiu afetado pelo mal que ela causou. O egoísta tá lá, curtindo o momento dele, se achando o máximo, sendo feliz mesmo enquanto você pode estar na merda. Aliás, o egoísta nem sequer pára pra pensar se te deixou na merda. Ele simplesmente não se preocupa. Ele só se preocupa com o que lhe afeta diretamente e, principalmente, com o que afeta sua conveniência. Ele quer saber do agora e do que lhe convém. O depois que se dane, principalmente, se este depois envolver os outros.

Só que o "depois" chega. E meu consolo é saber que nada nessa vida sai de graça. Você sempre paga a conta por tudo que faz. Seja para o bem, seja para o mal, você sempre vai receber um retorno de tudo que faz. Então, meu bem, caso você esteja passando por algo ruim ou esteja aí se perguntando "por que isso tá acontecendo comigo", trate de se perguntar o que andou fazendo no passado ou até mesmo recentemente. Com certeza por aí você vai encontrar a resposta. O karma é infalível. Faça o que quiser, mas aguente-o depois.

por Marcéli Paulino

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