SPFWn53: um balanço de todos os desfiles da temporada

Um resumo de cada uma das coleções desfiladas pelo São Paulo Fashion Week, mostrando as apostas para a temporada de verão 22/23.

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Mais uma semana de moda paulistana acontece na capital, desta vez, alocada em dois lugares: o Senac Lapa Faustolo, uma das referências de faculdade no setor de moda – algo que, por sinal, me lembrou muito as fashion weeks de Londres, quase sempre alocadas na Central Saint Martins, onde estudei -, e o Komplexo Tempo, na Mooca, galpão repaginado de eventos, onde ocorreram os desfiles noturnos.

Por aqui, ficamos de olho em todos os desfiles – digitais e presenciais – para trazer um balanço do que cada marca apresentou como apostas para a temporada que vem por aí.

Confira um resumo de cada desfile, abaixo.

DIA 01

  • A La Garçonne – p&b, vermelho, xadrez, alfaiataria e jacquard. Caimentos ora fluidos, ora estruturados. O esportivo vai de encontro com o elegante em uma variação muito interessante de cores, texturas de modelagens. É uma coleção perfeita para pessoas criativas que prezam por um bom caimento e estrutura das peças.
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  • Martha Medeiros – preto e branco com estampas de folhagens, trabalho manual em renda e texturas volumosas. A designer narrou seu desfile, trazendo releituras de looks icônicos ao longo de sua carreira. Uma apresentação acolhedora e familiar, bem condizente com a marca e com o que ela representa.
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  • Fauve – preto, branco, rosé, terrosos. Apelo dramático nos volumes e renda. Trabalho impactante e rico em detalhes.

  • Dendezeiro – vermelho, tons terrosos, verde floresta, areia, em peças estruturadas, ora assimétricas e ageneros. Uma apresentação digital que trouxe aspectos realistas e, ao mesmo tempo, lúdicos da natureza, bastante minucioso.

  • Ponto Firme – me lembrou a irreverência da Balenciaga, através das silhuetas desconstruídas, da transparência, da assimetria e da “miscelânea “ de cores, estampas e texturas. Pouco usável para a vida real e bem mais conceitual, no entanto, teve sua manifestação, especialmente pela inclusão do trabalho manual de ex-detentos.
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  • Ta Studios – a coleção da grife inicia com estampas que remetem a um jardim do Éden; inspirada no Arcanjo Miguel, as peças de estética elegante e democrática apresentam modelagens agênero, que pendem levemente para o feminino, e uma cartela em branco e azul, bem leve, de ares balneário, em meio a vestidos de cortes 1950/60. Depois, a cartela escurece para o marinho e o preto, mantendo a leveza das colorações, ora estampada, ora sem estampa, presente nos conjuntos de paletó e calças, bermudas e paletó, vestidos, saias midi e tops. As produções me remetem muito a um verão europeu bastante sofisticado e o principal: possível de ser vestida, especialmente, por todos os corpos femininos [fotos: Luis Moras – divulgação].
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  • Rocio Canvas: uma alfaiataria descomplicada e chiquérrima invadiu a passarela por entre neutros: p&b, areia e cinza. Os ombros à mostra marcaram presença, bem como as modelagens oversized, assimetria, vez ou outra, e nas peças como blazer e calça, soube manter a estrutura rígida clássica. Presença de muita sobreposição e de peças bicolores.
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  • Bold Strap: o apelo fetichista que faz parte do DNA marca investiu pesado no microcomprimento, nos recortes e na cintura baixa. O couro e o látex foram o carro-chefe, ao lado de transparências e bordados que sugerem uma atmosfera robótica às peças. 
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DIA 02

  • Anacê: a sobriedade de peças estruturadas e desconstruídas remete a uma alfaiataria revisitada, que é o DNA da marca. Comprimentos midi de saias e vestidos surgem lado a lado de conjuntos de blazer e calças levemente “flare”, além dos modelos mais cropped com casacos mais alongados. Da cartela de cores, presença de várias nuances de marrom – do café ao areia -, além do preto e do branco-gelo.
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  • Renata Buzzo: tramas riquíssimas e peças fluídas, com umas pitadas de estrutura, revelam rica ancestralidade latino-européia nas produções. Uma cartela de tons quentes, com presença do vermelho e do mostarda, acessórios cheios de personalidade e muitas franjas dão o acabamento que representa esse mix de etnias que somos como povo brasileiro. O romance e a impetuosidade; a feminilidade e a agressividade; emoções e comportamentos que se encontram e formam essa nossa rica miscigenação, que foi lindamente ilustrada por um acabamento impecável.

  • Sankofa- Meninos Rei: referências afro são as raizes do DNA da marca e materia-prima utilizada em todas as peças de suas coleções. Nesta temporada, amarelo com motivos étnicos foi o “novo preto”, e uma maravilhosa alusão ao Orixá Xangô, santo cultuado nas religiões afro, foi feita logo no início do desfile. Um casting todo preto e inclusivo arrematou a linda e irreverente coleção e emocionou a todos [fotos: Daniela Ranchan – reprodução].
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  • Sankofa – Naya Violeta: mais uma marca que apostou nas referências afro-religiosas que, aliás, se mostram cada vez mais tendência ao longo das semanas de moda brasileiras, e numa paleta colorida e estampada em tons vibrantes. Embasada no tema “o que vêm amanhã?”, Naya fez questão de trazer uma moda sustentável, consciente e acessível, além de agênero e sem idade. Músicas emocionantes, condizentes com a apresentação, e um casting lindo dos mais variados corpos e belezas também marcaram o show de maneira extremamente positiva e marcante [fotos: Daniela Ranchan – reprodução].
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  • Freiheit: A modelagem arqutetônica se une ao punk dos anos 1980 trazendo looks com estrutura descolada e, ao mesmo tempo, de personalidade forte. São peças que priorizam o shape masculino, no entanto, com um quê de modernidade que permitem mulheres mais desconstruídas a aderirem também.

  • Modem: Em parceria com a Vicunha, a Modem trouxe uma coleção que une claramente a estética sensual à elegante minimalista, sem perder as referências sóbrias de ares arquitetônicos, bases com as quais foi criada e com as quais ainda flerta. O desenvolvimento criativo também traz referências nas artes plásticas, retratados em leves volumes, nas matérias-primas e nas estampas criadas a partir de técnicas manuais com intervenções digitais.

  • Mnisis: com um lindo cenário em meio ao que parecia uma fazenda, fazendo alusão ao universo dos boiadeiros, a marca trouxe peças leves, em sua maioria em tons terrosos e que ornam com a natureza. Presença de tricôs estampados, mangas volumosas, bordados e tramas ora volumosas trazem à tona uma moda criativa. Das modelagens, transparências, recortes e fluidez fazem parte da coleção.

  • Igor Dadona: a tempestade em alto mar foi o cenário escolhido para abarcar os marinheiros modernos de Igor Dadona. Os looks foram acessorizados com galochas de texturas brilhosas, em uma interessante paleta de cores. Tons de rosa, preto e azul escuro predominaram os looks, com pitadas de verde e vermelho; as peças foram carregadas de uma bela alfaiataria bem cortada, entre bermudas com paletós, quimonos e os coletes de tricô revisitados, além das camisas, calças cropped, shorts e saias. O street claramente se une à elegância da alfaiataria e imprime um visual engomado e super criativo à coleção.
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  • Apartamento 03: a coleção intitulada Ouro traz a riqueza das texturas à tona. Plissados, paetês, drapeados e muita fluidez, fazem combinações com acessórios poderosíssimos – destaque pra os maxibrincos – em uma cartela de cores que mescla o suave e o intenso. Das peças, destaque para o terno rosa claro todo em paetês muitíssimo elegante e para o conjunto de top e calça pantalona, super fluído , na cor mostarda.

  • Misci: estrelando o atleta e ex bbb Paulo André em seu casting, a Misci traz uma elegante alfaiataria leve, desconstruída, com boa estrutura e modelagem fluída, ao mesmo tempo. Uma cartela de tons terrosos ilustram peças lisas e estampadas 
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DIA 03

  • Victor da Justa: a trilha sonora com trechos do nosso hino nacional é perfeita para o fashion film em forma de manifesto em relação à colonização e à exploração que nossos povos ancestrais sofreram. Peças pra lá de dramáticas compõem a coleção da marca, munidas de volume, transparência e estampas que revisitavam os vestidos do século XVI de forma muito rebuscada e com pitadas de rebeldia. 

  • Projeto Sankofa – Silvério: uma cartela intensa de cores, que vai do preto até o laranja fluo, colore peças assimétricas e com muitos babados, especialmente, na parte inferior dos looks. Essa é mais uma grife que aposta na alfaiataria desconstruída e no microcomprimento para looks masculinos, além de vestidos. Destaque para a presença de Pedro Scooby, desfilando pela primeira vez pela marca.
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  • Aluf: materiais naturais e ecologicamente corretos foram os protagonistas de uma coleção que exala contorto e bem estar através dos tricôs, das lãs e das peças em algodão orgânico. A cartela de cores se resume ao off white e creme, tramas bem feitas e alinhadas passando acessibilidade e bem estar. 

  • Martins: focada em peças agênero e sem tamanho, com o objetivo de caber no maior número de corpos possíveis, Martins iniciou seu desfile com estampas lúdicas e uma cartela de cores bem diversificada. Destaque para a camisa de corte cropped e overdized e para os macacões estampados, além do mix de amarelo e roxo, uma combinação zero discreta, porém muito harmônica e alegre.
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  • Thear: a leveza do cerrado está impressa em cores e texturas da marca, de forma extremamente leve e romântica. Os tons terrosos que reproduzem os trabalhos de cerâmica do designer nos remete ao aconchego de um gostoso dia em uma casa de campo silenciosa e a mescla dos tons de verde, azul e branco conversam com os tons da natureza. Destaque para as t-shirts oversized usadas com saias midi, numa sutil referência dos anos 1920. 

  • João Pimenta: alfaiataria impecável do estilista não deixou nem um segundo a desejar através de seus looks de apelo gótico-romântico, mesmo com uma paleta de cores toda em preto, do começo ao fim. O trabalho de renda detalhadíssimo traz a ausência de gênero para a coleção, de uma maneira classuda e exuberante.
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  • Wilson Ranieri: um romantismo à  moda antiga trouxe laços, modelagem baloné e fluidez para as peças dessa coleção que ganhou leves pitadas de modernidade através de casacos desconstruídos e acolchoados. No entanto, se o fashion film tivesse outra apresentação, talvez fosse possível apreciar melhor o trabalho do estilista.

  • Glória Coelho: apresentou aquela alfaiataria impecável, com a qual já estamos acostumadas – ao menos eu, que sou fã de anos do trabalho da designer -, munida de alguns elementos surpresa: a renda, a transparência e um tule de princesa, presente nas saias de altura midi. A coleção trouxe um apelo à preservação da natureza e dos animais em extinção, por isso, algumas peças apresentavam estampas e texturas que remetiam aos temas, bem coloridas e informativas. O estilo moderno e ao mesmo tempo elegante, que é presente em todas as coleç˜òes da marca, no entanto, foi mantido, mesmo com um trabalho ou outro diferente nesta temporada.

  • Lino Villaventura: fogo foi o tema de seu desfile, repleto de estampas lúdicas e de tons que remetiam ao objeto principal de seu conceito. Com Camilla de Luccas abrilhantando lindamente seu casting, da estampa literal até cores menos óbvias, o designer da alta costura brasileira de festas não manteve muito uma linearidade em sua coleção, mas, nem por isso deixou de apresentar um belo trabalho.
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  • Handred: mais uma marca que priorizou o enredo cinematográfico ao invés da visualização das peças da coleção. Mas, dentro do que foi possível ver, uma paleta bem resumida de tons terrosos, vermelho e preto ilustrou uma coleção cápsula bem trabalhada com bastante assimetria e acabamentos em veludo, intercalados às transparências. Um manifesto do falar e do descuidar, através de acessórios e de um fashion film bastante – até demais – conceituais.

  • Walério Araújo: o show de encerramento do penúltimo dia de Walério Araújo nos levou às discotecas dos anos 1990. Uma trilha sonora super animada acompanhou ótimas releituras da grife com uma paleta super colorida e os mais diversos materiais, entre eles, o vinil, o paetê, as plumas e as estampas ultracoloridas. Abrindo o desfile, o designer também mostrou uma sensível e linda colaboração em parceria com a Abraf e trouxe para a passarela pacientes portadores da Hap, doença (hipertensão arterial pulmonar), em peças fluídas de branco e azul com estampas e modelagens de borbetas. 
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DIA 04

  • Nèriage: uma cartela de cores quentes e extremamente classudas foi o ponto alto da marca, colorindo peças de extremo conforto e de acabamentos preciosos. As saias plissadas, os blazers de print geométrica e os bonés juntos no mesmo look carregam uma estética criativa, elegante e muito empoderada. Muita fluidez combinada às estruturas de camisas e blazers bem cortados gerou o equilíbrio ideal para toda pessoa criativa com um pezinho no estilo minimalista. Uma coleção extremamente desejável que fugiu do sempre preto na cartela de cores, priorizando tons belíssimos e com coerência e linearidade em todo desfile.
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  • Soul Básico: uma estética urbana desconstruída, lado a lado com estampas abstratas e materiais rígidos que aparentam boa qualidade, apesar da proposta bem revolucionária, formam a coleção de verão 2023 da marca. Peças prioritariamente masculinas e amplas são o ponto chave, acompanhadas por acessórios bastante marcantes.

  • Weider Silveiro: formas geométricas e modelagem ajustada foi o ponto forte do desfile da marca, intitulada “Womanizer” pelo designer. O veludo foi o material prioridade, junto do brilho – magnífico, por sinal – dos ombros marcados e da transparência.
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  • Ronaldo Silvestre: gosto de fashion films com qualidade na imagem e que mostram os bastidores da criação e da produção de uma coleção. Prints que fazem alusão ao étnico, numa pegada levemente futurista, ilustram o algodão rústico, o bordado e os acabamentos feitos à mão, tudo bastante cuidadoso e com um apelo para o natural. Presença da romântica manga bufante em algumas camisas e vestidos e do crochê em algumas peças pontuais. 

  • Sankofa – Az Marias: um gostoso reagge foi a trilha sonora de uma passarela que trouxe moda sustentável como promete: para todos os corpos, incluindo os reais. A cartela de cores é variada, resgata a ancestralidade do povo brasileiro com muita democracia e muita riqueza de texturas, sem poupar informações visuais.
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  • Corcel: a estética folk chic fez parte da alma da coleção, trazendo botas country e loafers acompanhados de looks all black com uma boa alfaiataria e peças em algodão classudo, com golas e fendas.

  • Sankofa – Santa Resistência: sendo uma das primeiras grifes apoiadas pelo projeto Sankofa, a marca deu um salto da última temporada pra essa, desbancando muitas veteranas no quesito criatividade e acabamentos. Uma vasta cartela de cores ilustrou ricas modelagens e as referências indígenas foram a base maravilhosa para resgatar uma de nossas ancestralidades através do desfile.
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  • Depedro: Audaz é a coleção de verão da marca que traz conjuntos estruturados dividindo o cenário com belas tramas em vestidos e blusas. Uma cartela enxuta de cores passeia pelos tons escuros, como preto, e pelos terrosos, oferecendo casualidade e conforto, acima de tudo.

  • LED: tendo como ponto de partida para sua coleção as mais de 40 traições de seu ex marido, descobertas através de um diário, Celio Dias batizou sua coleção de Sinto Tanto, estrelada por um casting de peso, no último dia de desfiles. As peças feitas em crochê, material que faz parte do DNA da marca, acompanhavam tramas e recortes sensuais, jaquetas alongadas e camisetas com frases de manifesto. 
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  • ÀLG: A animal print colorida em peças masculinas foi o ponto alto da coleção. O sportwear vai de encontro com a estética elegante, resultando em looks bem pensados e bastante agêneros, mesmo sendo desfilados em corpos masculinos. Caimento perfeito das roupas, algo que não podia ser diferente, considerando a participação de Herchcovitch na criação.

  • Ateliê Mão de Mãe: alusões maravilhosas aos pretos velhos logo na introdução do desfile já nos deixa apaixonados pela coleção logo de cara, sem mesmo vê-la na passarela. Um trabalho artesanal de tricôs em conjuntos e vestidos, nas combinações de azul e vermelho, azul e rosa, azul e branco foi uma sacada maravilhosa para fazer referência à natureza.
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  • Isaac Silva: “Panterona do Brasil” foi o slogan genial usado pelo designer pra ilustrar sua coleção toda baseada no orgulho gay e na estética “Queer”. Uma cartela de cores e brilhos invadiu a passarela através de modelagens muito pomposas, que davam às modelos os ares merecidíssimos de rainhas, do começo ao fim. Sem contar na trilha sonora disco dos anos 80/90, da estampa inovadora de pantera, que veio pra substituir a já manjada oncinha (que amamos, ok, mas que é legal ter uma alternativa) e nas presenças ilustres como Thelma e a própria homenageada da noite, Marcia Pantera.

Críticas Construtivas ao evento

Se eu pudesse fazer críticas construtivas ao evento, seriam estas: reunir todos os desfiles num só lugar, pensando nos criadores de conteúdo e jornalistas que têm gastos para se deslocar por São Paulo, que nem de longe é uma cidade pequena onde tudo é perto; parar de vender convites e evitar que pessoas que nem têm ideia sobre o que é o evento e o que ele oferece caiam de pára-quedas por lá – e ainda saiam difamando.

Oferecer aos influenciadores, espcialmente os que têm muito tempo de estrada no evento, mais espaço na sala de imprensa – como foi dessa vez. Algo mais democrático a todos que produzem conteúdos úteis sobre a semana de moda. Afinal, é principalmente o evento, além das marcas, que ganham com a divulgação [no meu caso, por exemplo, gratuita]. Deve ser uma estrutura proporcionada a todos.

MAIS: A opinião pelos corredores sobre a nova era de referências que invade as passarelas da semana de moda paulistana

No mais, adorei a estrutura dessa edição sendo feita dentro de uma faculdade. Acredito que isso valoriza demais a educação no setor, que ainda é carente, e torna mais aconchegante o evento e a ambientação como um todo.

Agradecimetos especiais: ao evento, por me credenciar há 11 anos para cobrir uma das semanais de moda mais importantes do radar fashion mundial e a maior semana de moda da América Latina e, também, à Gih Caldas, designer da TA Studios, que com tanto carinho retribuiu meus comentários à respeito de sua marca. Fico honrada quando meu trabalho de formiguinha, quase solitária, é reconhecido por grandes estilistas e marcas.

E você, o que achou dessa temporada? Deixe seu parecer nos comentários! Nos vemos na próxima.

Beijos,

Marcéli Paulino

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