Mais uma semana de moda encerra-se, cheia de emoção e com muita novidade em termos de formatos de desfiles. Algumas marcas desfilaram peças de verão no regime “see now, buy now” (‘veja agora, compre agora’, em tradução livre); outras mantiveram o modelo tradicional de desfiles, sob regime de encomenda, mostrando suas apostas para o inverno, que fica mais para a frente.
Em ambos os casos o resultado foi bem positivo e, a diversidade, enorme! O próprio evento inovou em seu cenário, saindo da Bienal e migrando para uma tenda, que foi montada ao lado do Museu Afro-Brasileiro. Os ares mais sintetizados resultou em mais praticidade na disposição dos stands, que eram pequenos, porém muito interativos. Além disto, a sala de desfiles se resumiu a uma, apenas.
No meu VLOG SPFWtransN42 vocês conferem uma prévia do que foi estar lá dentro e de algumas interações bacanas dos stands.
E, para quem está curioso sobre o “cardápio” de tendências para a temporada desde agora até 2017, vamos ao balanço dos desfiles, dentro do que julguei relevante, pelo que pude acompanhar!
A marca, assinada por Fábio de Souza e Alexandre Herchcovitc, mostrou interessantes combinações de streetwear com pitadas de peças clássicas, como a saia lápis, formando contrapontos irreverentes e práticos para a mulher que precisa trabalhar, mas, quer conforto. O mais bacana é que todas as peças são sustentáveis, feitas com material reciclável. Acho uma super referência, tanto em termos éticos, quanto de estilo, para apostar.
Amei a matéria-prima usada do movimento rock n’ rebel das lendárias bandas Sex Pistols e Ramones. Sem contar na inovação de espelhos e metais, como acabamentos, que, visualmente falando, davam a impressão de paetês enormes, só que com muito mais interessância. A essência rebel-chic invadiu as peças da temporada por meio, também, de spikes vez ou outra, e de uma cartela de cores bem neutra, pontuada por tons de bordô e mostarda.
A fluidez predominante dos tecidos mostra que conforto é palavra de ordem e, muito provavelmente, continuará sendo, não só para o verão, como também para o inverno.
No cenário praiano, de beachwear, sem grandes novidades. Os recortes poderosos e modelos ‘cropped’, com “carinha” social, continuam em alta, favorecendo aquelas que gostam de dar uma esticada da praia para um restaurante, bem como os tomara-que-caias em conjuntos de biquínis.
Linhas horizontais e diagonais predominam como padronagens mais interessantes na coleção da Água de Coco. As cores que se esperam da temporada, como terrosos, branco e off white, também marcam presença novamente.
Enraizada pela música e cultura jovial, a marca Cotton Project que exibe, neste calendário de transição da semana de moda, uma coleção experimental, mostrou peças com referências pop e uma forte popularização da música eletrônica.
Com cartela de cores bem variada e peças transbordando praticidade, pode, muito provavelmente, agradar o público jovem e jovem adulto com o acervo divertido que possui. Melhor ponto: looks andróginos.
Com caimento e acabamentos sempre impecáveis, Gloria se inspirou na Escócia para criar sua coleção de inverno 2017, que vem recheada de sofisticação, com mangas assimétricas, golas acentuadas – características fortes do DNA da marca -, e referências contemporâneas.
A cartela de cores vem com os tons mais gélidos, tanto do clima da temporada, quanto pela inspiração da coleção. Entre os tons, vermelho, marinho, nude e bordô.
A parceria entre a Arezzo e a designer Patrícia Vieira resultou em um apanhado de open boots, em cores neutras, coloridas e tons metálicos para animar o seu look de verão.
Além dos modelos flat, cheios de estilo e de conforto que você já sabe que estarão em alta, esta é uma excelente opção para subir em um salto e montar uma produção mais sofisticada, para a ocasião que for.
Se, por um lado, pessoas nos corredores apostam na make tradicional com boca mate e olhos esfumados (como mostramos no meu Quadro para o Programa Pedro Alcântara, Especial de SPFW), por outro, nas passarelas, os designers e maquiadores investem na beleza mais natural possível. Parece clichê, mas, se formos pensar, nada mais prático que uma produção leve para enfrentar o calorão. Neste contexto, menos com certeza é mais.
A Nohda, por exemplo, investiu na utilização de produtos sustentáveis para montar uma beleza iluminada, respeitando os traços naturais das modelos, com tons neutros e simples.
Lilly Sarti foi pelo mesmo caminho, dando ênfase às maçãs do rosto, que apareceram mais marcadas, cabelo preso estruturado (para enfrentar o clima quente) e um mix de sombras que vão dos tons metálicos aos mais doces, como o rosa.
Já a beleza desfilada por Samuel Cirnansk teve inspiração nas praias da Califórnia, o que fez com que as modelos ganhassem um bronze extra por meio da make, juntamente com iluminador dourado. Apesar do bronze, a produção como um todo foi bastante natural.
Helo Rocha apresentou uma beleza exótica, em seu desfile, sem desapegar do ar de saúde e mais neutro possível nas modelos. Muito iluminador, lábios cor de boca levemente rosados e um blush extremamente suave, cujo objetivo não é demarcar traços do rosto e, sim, enfatizar o ar saudável e fresco.
Que achou das apostas da temporada dentro desse meu balanço? Se restou alguma dúvida ou se quer fazer alguma sugestão, não hesite em me mandar uma mensagem ou deixar um comentário.
A gente se vê na próxima! Um super beijo e até mais 😉
Marcéli
Me chamo Marcéli Paulino, nascida em 16 de Julho de 1988, e sou bacharel em Tradução e Interpretação, curso que iniciei com 17 anos! Um pouco antes de me formar, já me interessava muito por moda e sabia que queria estudar e atuar na área. Então, assim que peguei meu diploma, foi o que fiz: procurei formações na área, que era meu sonho…